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Premiê britânico tenta atrair eleitores com promessa de corte de impostos

Por ANDREW OSBORN E WILLIAM JAMES
Atualização:

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, prometeu pressionar por cortes de impostos caso seja reeleito no ano que vem, um compromisso que ele espera que ajude a redirecionar o debate para longe das preocupações sobre a Europa dentro de seu partido, e a conquistar milhões de eleitores. Falando no congresso de seu partido, o Conservador, o último antes da eleição nacional em maio do ano que vem, Cameron disse querer garantir a maioria para que a legenda possa governar sozinha, e não em coalizão, como é o caso agora. Ele prometeu tirar 1 milhão de trabalhadores de esquemas tributários caso reeleito, permitindo que ganhem mais dinheiro antes de pagarem imposto de renda. Ele também prometeu aliviar o fardo sobre a classe média alterando a faixa de incidência do imposto de renda. “Eu quero adotar medidas que há tempo já deveriam ter sido tomadas e trazer de volta alguma justiça aos impostos”, disse Cameron a delegados partidários. “Com os Conservadores, se você trabalhar duro e fizer a coisa certa, dizemos que você deve ficar com mais de seu próprio dinheiro e gastá-lo como preferir." O custo total de implementar os cortes tributários será de 7,2 bilhões de libras (11,65 bilhões de dólares) por ano até abril de 2020, disseram assessores de Cameron. A promessa do premiê foi uma aposta calculada para tentar atrair eleitores e mudar a estratégia, que estava focada no dano feito pelo Partido Independência (Ukip), de orientação anti-União Europeia, às suas chances de reeleição. Horas antes do discurso de Cameron, Arron Banks, empresário cujos registros eleitorais mostram ter doado milhares de libras para o partido de Cameron, disse que vai passar a apoiar o Ukip. Sua escolha seguiu a de dois legisladores Conservadores que também mudaram para o Ukip, partido que busca a saída imediata da Grã-Bretanha da UE e grandes medidas contra a imigração, e que tem levantado temores no partido de Cameron de que possa dividir os votos de centro-direita e permitir que o partido de oposição, o Trabalhista, a vença as eleições. Cameron prometeu renegociar as relações britânicas com a UE caso reeleito, antes de realizar um referendo sobre a permanência do país no bloco em 2017, mas tem sido arredio em explicar o que quer mudar - tornando alguns Conservadores céticos sobre sua determinação.

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