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Prisão de Gerry Adams por crime de 1972 abala Irlanda do Norte

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Por PADRAIC HAL
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A polícia da Irlanda do Norte questionou o líder do Sinn Féin, Gerry Adams, nesta quinta-feira depois de prendê-lo como parte da investigação de um dos assassinatos mais notórios na província britânica, medida que despertou reações políticas violentas na Grã-Bretanha e na República da Irlanda. Insultado por muitos na Grã-Bretanha que o acusam de ter sido o porta-voz do Exército Republicano Irlandês (IRA) na década de 1980, Adams se reinventou como um pacificador da Irlanda do Norte e, em seguida, como político populista de oposição no Parlamento irlandês. Seu partido, o Sinn Féin, informou que ele foi preso na quarta-feira à noite pela polícia como parte da investigação sobre o rapto e assassinato em 1972 de Jean McConville, mãe de 10 filhos. Adams pode ficar detido por até 48 horas, antes de um juiz pronunciar-se sobre se ele pode ser mantido preso por mais tempo. Segundo as leis britânicas antiterrorismo, um suspeito pode ser detido por até 28 dias antes de ser indiciado. Adams, de 65 anos, sempre negou participação no IRA e disse ser "inocente em qualquer parte" no assassinato, afirmando que isso foi "errado e uma injustiça grave para ela e sua família". "Alegações maliciosas, muito propagandeadas foram feitas contra mim. Rejeito isso", disse ele em um comunicado. A investigação sobre o assassinato de Jean foi revivida pela liberação de uma série de entrevistas gravadas dadas por ex-guerrilheiros no conflito da Irlanda do Norte, como parte de um projeto de pesquisa da Faculdade de Boston, nos Estados Unidos. A polícia da Irlanda do Norte tomou medidas legais para obter as entrevistas, das quais parte foi liberada depois que um entrevistado do IRA morreu. A BBC divulgou trechos de uma entrevista concedida por Brendan Hughes, do IRA, já falecido e que se desentendeu com Adams, acusando o líder do Sinn Féin de responsabilidade pela morte de Jean.

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