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Produção de arma nuclear no Irã é 'inaceitável', diz Sarkozy

Para presidente francês, sanções poderiam evitar tanto 'a bomba' iraniana quanto o 'bombardeio' do país

Por Efe
Atualização:

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou nesta segunda-feira, 27, "inaceitável" que o Irã fabrique armas nucleares e afirmou que somente a política atual de "sanções progressivas e de aberturas" pode evitar uma "alternativa catastrófica: a bomba iraniana ou o bombardeio do Irã". A crise em torno do programa nuclear do Irã é, "sem dúvidas, a mais grave" atualmente na ordem internacional, ressaltou Sarkozy em discurso no Palácio do Eliseu ao abrir a 15ª conferência de embaixadores franceses. A negativa do regime islâmico do Irã em suspender suas atividades de enriquecimento de urânio já levou a duas resoluções de sanções no Conselho de Segurança da ONU. Os países ocidentais já falam em uma terceira, mais rígida, se Teerã não mudar sua posição. O governo iraniano sustenta que seu programa nuclear tem fins pacíficos, enquanto a comunidade internacional suspeita que Teerã quer fabricar armas nucleares. "O povo iraniano, que é um grande povo e merece todo respeito, não deseja o isolamento nem o confronto", afirmou nesta segunda-feira Sarkozy. Ele prometeu que a França "não poupará esforços para convencer o Irã de que poderia ganhar muito se iniciasse uma negociação séria com Europa, Estados Unidos, China e Rússia". Após afirmar que a França mantém com os iranianos "um diálogo sem complacência, que se mostrou útil em várias ocasiões", lembrou que na crise sobre o programa nuclear Paris, Berlim e Londres "tomaram a iniciativa de uma negociação" na qual a Europa desempenha "um papel central" e à qual se somaram Washington, Moscou e Pequim. "Os parâmetros são conhecidos, não os repetirei, salvo para reafirmar que um Irã com armas nucleares é, para mim, inaceitável", ressaltou Sarkozy, em seu primeiro discurso centrado na política externa da França desde sua eleição, em 6 de maio. O presidente destacou a "total determinação da França na atitude atual, que conjuga sanções progressivas e aberturas, se Teerã se decidir a respeitar suas obrigações". "Esta política é a única que nos permitirá escapar de uma alternativa catastrófica: a bomba iraniana ou o bombardeio do Irã", advertiu. Sarkozy afirmou que os casos da Coréia do Norte, que aceitou desmantelar seu programa nuclear militar, e da Líbia, que renunciou às armas de destruição em massa, "mostram que o caminho existe, sempre que se tenha a vontade de segui-lo".

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