27 de agosto de 2010 | 15h11
Os organizadores esperavam que até 50 mil pessoas formassem uma corrente humana ainda nesta sexta-feira e fizessem uma passeata contra um dos maiores projetos de construção da história da Alemanha -- que prevê a demolição da estação ferroviária histórica de Stuttgart e a construção de uma estação subterrânea.
Foram registrados casos de violência esta semana na cidade, que fica no sul da Alemanha, quando milhares de pessoas protagonizavam greves pontuais tentando barrar o projeto de 4,1 bilhões de euros (5 bilhões de dólares), que, segundo os críticos, não é necessário e significa o desperdício do dinheiro do contribuinte.
Opositores radicais do projeto também atrapalharam a movimentação ferroviária, invadindo os trilhos, e sensibilizaram a população da Alemanha. Os protestos cresceram em intensidade com o início da demolição esta semana.
Manifestantes e a polícia antichoque entraram em confronto durante os protestos. Na quinta-feira, sete manifestantes foram retirados à força do telhado da estação por esquadrões da polícia de elite. O número de manifestantes passou de alguns milhares do começo da semana para dezenas de milhares.
"O fato notável sobre os protestos de Stuttgart é que são formados por pessoas comuns da classe média e eles estão cheios das decisões políticas contra a vontade deles", afirmou Gero Neugebauer, cientista político da Universidade Livre de Berlim.
"Eles não são radicais. São pessoas da média", acrescentou ele. "Isso deve fazer os principais partidos políticos pensarem duas vezes. Eles sempre dizem que querem que as pessoas se posicionem e sejam consideradas, mas agora elas estão se posicionando e os líderes estão fazendo ouvidos moucos."
Uma pesquisa publicada esta semana no jornal local Stuttgarter Nachrichten indicou que 63 por cento dos moradores da cidade se opõem ao projeto e apenas 26 por cento são favoráveis.
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