31 de agosto de 2010 | 15h54
Em Moscou, a polícia deteve o político da oposição Boris Nemtsov e outras dezenas de manifestantes que se reuniam numa praça central declarada zona proibida na semana passada e gritavam "Vergonha!" e "Rússia sem Putin!."
A polícia levou à força os manifestantes no meio da multidão e os colocou em ônibus, carregando ou torcendo os braços de quem tentava resistir.
Cerca de 70 pessoas foram presas em Moscou, disse o porta-voz da polícia Vikton Biryukov. Aproximadamente 50 pessoas foram detidas na rua principal de São Petersburgo, a Nevsky Prospekt.
Líderes da oposição e ativistas de direitos humanos têm se reunido na Praça do Triunfo, em Moscou, no dia 31 de cada mês, numa data que simboliza o direito de livre reunião garantido pelo Artigo 31 da constituição russa.
Os protestos se tornaram um grande foco de oposição e a resposta policial é percebida como um barômetro da disposição do Kremlin de tolerar a dissensão. A cada protesto a polícia detém manifestantes, mas com graus variados de força.
Putin defendeu ostensivamente a repressão policial contra os manifestantes pró-democracia em uma entrevista publicada na segunda-feira. "Vá sem permissão e você será atingido na cabeça com cassetetes. É tudo o que há a fazer", afirmou ele.
Em Moscou, onde os policiais superavam em número os 400 manifestantes, segundo a polícia, os soldados com coletes à prova de bala arrastaram Nemtsov depois que ele começou a distribuir cópias de um relatório com críticas a Putin em uma extremidade da praça.
A presença policial parecia ser maior na terça-feira do que em manifestações anteriores, com dezenas de caminhões ao estilo militar e outros veículos bloqueando áreas abertas da praça. O número de manifestantes era similar e a polícia foi tão agressiva quanto nas outras vezes.
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