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Próxima líder do G20, Turquia diz que grupo deve ser mais inclusivo

Por JANE WARDELL
Atualização:

O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, pediu nesta sexta-feira por um fórum do G20 mais inclusivo e afirmou que vai dar a países com produção menor uma voz mais forte a partir de 2015, quando a Turquia assume a presidência do grupo. Davutoglu também indicou que a Turquia vai expandir o papel do G20 para além da cooperação e decisão sobre assuntos econômicos para incluir questões como a crise de refugiados no leste da Europa, o surto de Ebola na África e o terrorismo no Oriente Médio. "Durante nossa presidência queremos ser a voz de todos", disse Davutoglu em uma entrevista coletiva em Brisbane, onde participará da cúpula do G20 durante o fim de semana. A agenda mais inclusiva da Turquia contrasta com aquela do atual país-sede, a Austrália, que tem tentado impor um foco restrito ao grupo, com uma proposta de aumentar o crescimento da economia global em 2 por cento extras pelos próximos cinco anos, até 2017. Davutoglu disse que a Turquia iria continuar a pressionar por esse objetivo econômico, mas ressaltou a importância de se discutirem também questões geopolíticas na reunião do grupo. "Se a agenda do G20 for limitada somente a questões financeiras, o G20 não pode funcionar, não pode ter legitimidade internacional", disse. Davutoglu também discordou da Austrália, atual presidente do grupo, sobre a questão das mudanças climáticas, dizendo ser imperativo que haja um acordo sobre uma meta sob mandato da ONU para conter as emissões de carbono. A Austrália tem tentado manter o tema das mudanças climáticas fora da agenda do G20. Ancara assume a presidência do G20 em dezembro, num momento em que suas relações com Washington e Europa estão tensas por causa da relutância turca em assumir um papel mais central na luta contra o grupo Estado Islâmico na Síria e Iraque.

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