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Putin acusa EUA de interferir na eleição russa

Por OLEG SHCHEDROV
Atualização:

O presidente russo, Vladimir Putin, acusou na segunda-feira os Estados Unidos de perturbarem a eleição parlamentar de dezembro, amplamente vista como uma demonstração de seu poder. Aproveitando-se do sentimento nacionalista russo às vésperas da eleição de domingo, Putin disse que o país deve manter suas defesas para desencorajar outros países de "meterem seus narizes esnobes" nos assuntos domésticos da Rússia. Europa e Estados Unidos manifestaram preocupação com a repressão policial a protestos durante o fim de semana na Rússia. A oposição a Putin diz ter sido virtualmente expulsa da mídia e das ruas. Putin, cujo mandato termina em 2008, disse ter visto o dedo de Washington por trás da decisão da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OCDE) de desistir de monitorar o pleito. "Temos informações de que, mais uma vez, isso foi feito por recomendação do Departamento de Estado dos EUA", disse Putin em uma reunião com membros do seu partido, o Rússia Unida. "Seu objetivo é privar as eleições de legitimidade, isso está absolutamente claro", afirmou ele em São Petersburgo, sua cidade natal. O OCDE disse ter cancelado a missão de monitoramento eleitoral devido à obstrução das autoridades locais. Em Washington, o Departamento de Estado manifestou apoio à decisão da OCDE, mas disse não ter sido responsável por ela. O porta-voz Sean McCormack disse que os termos duros usados por Putin são típicos da retórica eleitoral. "Sempre que há uma temporada política, às vezes há uma retórica mais aguda do que o habitual, e não atribuo [as declarações de Putin] a nada além disso", afirmou. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que uma reunião entre funcionários do Departamento do Estado e os monitores da OCDE comprovam a influência norte-americana sobre a decisão. (Reportagem adicional de Guy Faulconbridge, Conor Sweeney e Dmitry Solovyov em Moscou e redações de Bruxelas e Paris)

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