Putin se reunirá com Obama e Merkel em evento da 2ª Guerra Mundial na França

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Por LIONEL LAURENT
Atualização:

O presidente russo, Vladimir Putin, irá se reunir com líderes ocidentais pela primeira vez desde o início da crise na Ucrânia quando comparecer a um evento de aniversário da Segunda Guerra Mundial na França no mês que vem, disse o embaixador russo em Paris nesta quinta-feira. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e a chanceler alemã, Angela Merkel, estão entre os que estarão na cerimônia do dia 6 de junho na Normandia para marcar o 70º aniversário do Dia D, que ajudou a mudar o curso da guerra contra a Alemanha nazista. O embaixador Alexander Orlov confirmou a intenção de Putin de comparecer ao evento em seus comentários à rede de TV BFM depois que o presidente francês, François Hollande, e o ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian, disseram que o líder russo - acusado pelo Ocidente de desestabilizar a vizinha Ucrânia - ainda é bem-vindo. "Eu disse a Vladimir Putin que ele, como representante do povo russo, é bem-vindo à cerimônia", declarou Hollande. Le Drian foi mais longe, afirmando que cancelar o convite a Putin seria um insulto histórico. "Faz parte da ordem das coisas que (Putin) esteja lá", disse ele. As relações de Moscou com o Ocidente pioraram drasticamente desde que os ucranianos depuseram o presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich em fevereiro e a Rússia reagiu anexando a península da Crimeia e reunindo tropas na fronteira leste do país. Os EUA e a União Europeia impuseram sanções a dezenas de russos, e líderes das principais nações do G7 desistiram de uma cúpula no mês que vem com Putin em Sochi, onde a Rússia sediou a Olimpíada de Inverno em fevereiro. Nos EUA, a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, deixou claro que as comemorações da Segunda Guerra Mundial são um assunto à parte. "Apesar da nossa diferença atual sobre a Ucrânia, permanece o fato de que os Estados Unidos, a Grã-Bretanha, a França, a União Soviética e muitos outros se uniram 70 anos atrás para derrotar o nazismo", declarou ela. "Foi uma vitória histórica, e aqueles que se sacrificaram para trazer a paz merecem ser honrados como parte disso". Seus comentários vieram um dia depois de Putin exortar separatistas pró-Rússia no leste ucraniano a não realizar um referendo neste fim de semana para se separar da Ucrânia. Moscou negou as acusações ocidentais de que está orquestrando a rebelião no leste, onde forças ucranianas vêm se mostrando incapazes de retomar o controle. A cerimônia do mês que vem comemora a chegada das tropas em 1944 que abriram o fronte oeste da Segunda Guerra e prensaram as forças de Hitler entre os aliados ocidentais e o Exército soviético no leste. "Foi essa chegada que levou à campanha da Normandia, mas a campanha não teria sido bem sucedida sem o fronte leste. Nestes momentos de comemoração, é importante que todos os que participaram estejam presentes", declarou Le Drian. (Reportagem adicional de Chine Labbe, em Paris; e de David Brunnstrom, em Washington)

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