Putin visita Chechênia em apoio a líder local

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Por DMITRY SOLOVYOV
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Vladimir Putin visitou a tensa região da Chechênia nesta segunda-feira, exibindo apoio a um líder local acusado por grupos de direitos humanos de abusos e salientando a presença de Moscou em uma região de maioria muçulmana assolada pela violência. Emissoras da região central da Rússia mostraram o primeiro-ministro Putin e o chefe regional Ramzan Kadyrov, aliado do Kremlin, decolando em um helicóptero militar em Tsentoroi, o vilarejo natal do clã Kadyrov. Putin desencadeou uma segunda guerra para massacrar os rebeldes chechenos em 1999 que lhe rendeu ampla popularidade e o alavancou ao posto máximo da Rússia. A violência ressurgiu nos últimos meses, com ataques de militantes que buscam estabelecer um estado islâmico no norte do Cáucaso e nos vizinhos Daguestão e Inguchétia. Cercados por guardas com camuflagem e armamento pesado, os dois líderes depositaram um cesto de rosas vermelhas e brancas na tumba do pai de Kadyrov, Akhmad, morto em uma explosão a bomba em 2004. Kadyrov enfrenta duras acusações de organizações de direitos humanos por seqüestros e assassinatos de ativistas humanitários na Chechênia. Ele nega qualquer relação com as mortes. Os métodos duros de Kadyrov na luta com os rebeldes também são alvo de investigações internacionais, e seus críticos lhe atribuem a causa da disseminação da insurreição. Kadyrov acumulou um enorme poder pessoal na região, o que alguns analistas acreditam poder se tornar uma ameaça ao controle do Kremlin. Na segunda-feira passada um caminhão-bomba explodiu em um quartel de polícia na Inguchétia, matando pelo menos 25 pessoas e desferindo um golpe humilhante na autoridade de Moscou na região. Homens-bomba de bicicleta realizaram ataques separados na sexta-feira, matando ao menos quatro policiais em Grozny, capital da Chechênia. Putin vem exibindo mão forte contra movimentos separatistas, um tema delicado em um país que engloba onze fusos horários e dúzias de grupos étnicos e religiosos.

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