Reino Unido reabre espaço aéreo

75% do espaço aéreo na Europa já está reaberto; companhias perdem US$ 250 mi ao dia

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Atualização:

Associated Press e Reuters

 

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LONDRES- O espaço aéreo do Reino Unido foi totalmente reaberto a partir das 18h de Brasília desta terça-feira, 20, de acordo com secretário de Transportes britânico, Andrew Adonis. Autoridades da aviação civil britânica confirmaram que todos os aeroportos no Reino Unido foram reabertos ao mesmo tempo.

 

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"Os aeroportos irão abrir a partir desta noite a as companhias aéreas estão agora livres para retomar seus voos", disse Adonis.

 

De acordo com a Autoridade da Aviação Civil britânica (CAA, na sigla em inglês), a decisão foi tomada com base em análises de evidências de novos voos de teste e consultas com especialistas. A CAA deixou claro que cientistas agora diminuíram o risco de voar em áreas com baixas concentrações de cinzas.

 

"Essa abordagem baseada em evidências ajudou a validar um novo padrão que está sendo adotado na Europa", afirmou a entidade. "A maior barreira para retomar os voos foi entender a tolerância a níveis de cinzas. Cientistas agora concordaram em aumentar a tolerância em áreas com poucas cinzas".

 

As empresas de aviação comemoraram a reabertura, mas afirmaram que levará vários dias até que todos os passageiros afetados possam embarcar para seus destinos.

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"Em favor das dezenas de milhares de clientes prejudicados ao redor do globo, nós estamos satisfeitos com que as autoridades prestaram atenção aos argumentos que nós e a indústria apresentamos", disse o CEO da British Airways, Willie Walsh, por meio de um comunicado.

 

A reabertura progressiva do espaço aéreo europeu nesta terça aliviou passageiros após dias de frustração desde que a restrição a voos foi imposta na última quinta-feira, quando as cinzas de um vulcão em erupção na Islândia começaram a invadir os céus da Europa.

 

Controladores do tráfego aéreo deram sinal verde para a retomada dos voos comerciais, mas as condições permaneciam variáveis em vários locais e algumas companhias tinham dificuldades para fazer planos.

 

Além do Reino Unido, o espaço aéreo também está liberado em Portugal, Espanha, Bélgica, Bulgária, República Tcheca, Hungria, Itália, sul da França, Grécia, Holanda, Noruega, Polônia, Romênia, o norte da Suécia, Suíça, Turquia e Ucrânia.

 

Com as reaberturas, apenas um quarto do espaço aéreo da Europa ainda apresenta restrições ao tráfico aéreo por causa da erupção do vulcão, declarou nesta terça-feira a Eurocontrol, a agência europeia de aviação.

 

"Quase 75% da área total do continente não sofre mais restrições", afirmou a agência.

 

Voos já partiram de Paris, Amsterdã, Frankfurt e Londres, mas os espaços aéreos de Alemanha e Irlanda continuam com restrições.

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A União Europeia adotou na segunda-feira um regime para facilitar as restrições a voos sob pressão de companhias aéreas, que estão perdendo US$ 250 milhões por dia. Muitas empresas fizeram voos de teste sem danos às turbinas de seus aviões.

 

Cinzas

 

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O vulcão da Islândia entrou em erupção na quarta-feira passada e lançou grandes quantidades de cinzas sobre o continente. Há o temor de que as partículas causem danos aos motores das aeronaves e possíveis acidentes. O serviço de controle de tráfego aéreo britânico (Nats, na sigla em inglês) informou que as últimas informações sobre o vulcão são de que a situação "continuará a ser variável".

 

Uma nova nuvem com cinzas vulcânicas do Eyjafjallajokull passará pelo Reino Unido e Dinamarca, mas não pela França, conforme previu hoje o Centro Consultivo Europeu sobre Cinza Vulcânica. A nova nuvem de cinza deve chegar aos céus europeus ainda nesta terça e o Reino Unido, em particular, deve sofrer mais transtornos.

 

Já a geofísica Sigrun Hreinsdottir, da Universidade da Islândia, afirmou que não houve sinais de aumento na atividade vulcânica. Segundo a especialista, a tendência é que o vulcão perca força. Gudrun Nina Petersen, do Escritório Meteorológico Islandês, disse que o Eyjafjallajokull está claramente expelindo menos cinzas.

 

Custos

 

Companhias aéreas e operadores de turismo continuavam a estimar o impacto financeiro do caos. A companhia irlandesa Aer Lingus calculou custos totais com os cinco dias de problemas entre 15 milhões e 20 milhões de euros.

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A companhia previu que o custo diário varia entre 4 milhões e 5 milhões de euros, como resultado das perdas nos negócios e no apoio aos passageiros que não podem voar.

 

O setor industrial também sente o problema nas rotas globais. A japonesa Nissan Motor informou hoje que suspenderá temporariamente parte de suas linhas de produção domésticas, pois não conseguia importar sensores da Irlanda.

 

O vulcão islandês deixou pelo menos oito milhões de passageiros em terra e custou às companhias aéreas pelo menos US$ 1 bilhão.

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