Rússia acusa UE de utilizar pesos diferentes sobre crise da Ucrânia

As relações entre Moscou e Bruxelas se deterioraram depois que a UE impôs sanções à Rússia pelo seu envolvimento no conflito no leste da Ucrânia

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Atualização:
A UE aprovou nesta semana as punições mais duras à Rússia e impôs sanções aos setores de energia, financeiro e de defesa do país Foto: Reuters

A Rússia acusou neste sábado a União Europeia de usar dois pesos e duas medidas, dizendo que ela retirou “na surdina” um embargo para fornecer equipamentos e tecnologia militar à Ucrânia, mas impôs sanções contra o setor de defesa russo.

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As relações entre Moscou e Bruxelas se deterioraram depois que a UE impôs sanções à Rússia pelo seu envolvimento no conflito no leste da Ucrânia, onde separatistas pró-Rússia estão lutando contra as forças do governo central ucraniano.

“Durante um recente encontro do Conselho da Europa em Bruxelas, líderes dos países membros da UE concordaram ‘na surdina’ em remover restrições de exportações a Kiev de equipamentos que podem ser usados na repressão interna”, afirmou o Ministério das Relações da Rússia em comunicado publicado na sua página na Internet.

“A exportação de tecnologia e equipamentos militares também foi permitida”, disse o comunicado, sem citar exatamente quando a decisão foi tomada pela UE.O Ministério das Relações Exteriores russo sugeriu que a União Europeia é controlada pelos Estados Unidos e pediu que os líderes europeus não sejam “incitados” por Washington sobre os acontecimentos no leste da Ucrânia.

A UE aprovou nesta semana as punições mais duras à Rússia e impôs sanções aos setores de energia, financeiro e de defesa do país.Em fevereiro, o bloco concordou em revisar as licenças de exportação de equipamentos e tecnologia militar a Kiev e suspender as licenças de venda de equipamentos antiprotestos que poderiam ser usados pelo presidente deposto Viktor Yanukovich na “repressão interna”.

Em julho, a UE revogou esse acordo. Os membros não impuseram um embargo completo à exportação de equipamentos militares para a Ucrânia, mas concordaram em revisar tais transações.Autoridades da UE não estavam imediatamente disponíveis para comentar.(Reportagem de Alexander Winning, em Moscou; e de Philip Blenkinsop, em Bruxelas)

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