30 de julho de 2014 | 10h26
Moscou, que compra mais de 2 bilhões de euros de frutas e vegetais da UE por ano, maior mercado de exportação desse tipo de produtos, disse que a proibição se dá por motivos sanitários.
Produtores poloneses de frutas disseram que a proibição era política, embora a Rússia tenha negado isso.
A Rússia foi frequentemente acusada no passado de utilizar inspeções sanitárias para restringir o comércio de países com os quais tem disputas políticas. A UE disse estar estudando o anúncio, o qual foi descrito como uma surpresa.
A proibição aconteceu um dia após a União Europeia e os Estados Unidos terem imposto suas primeiras sanções, buscando atingir setores amplos da economia russa, restringindo vendas de equipamentos para os setores de petróleo e defesa e limitando o acesso de bancos estatais a mercados de capitais ocidentais.
Moscou nega as acusações ocidentais de que tenha fornecido armas e apoiado rebeldes que combatem forças da Ucrânia no leste do país. Autoridades russas condenaram as sanções de terça-feira.
A pressão por sanções contra os russos aumentou dramaticamente após 17 de julho, quando um avião da Malásia foi abatido em território rebelde com a utilização, segundo Washington e Bruxelas acreditam, de um míssil fornecido pela Rússia.
De acordo com dados da Comissão Europeia, a UE vendeu á Rússia 1,2 bilhão de euros em frutas e 886 milhões de euros em vegetais em 2011, representando 28 por cento das exportações de frutas do bloco e 21,5 por cento de vegetais. Para alguns países da UE, incluindo a Polônia, esses percentuais são ainda maiores.
Ao impor ações como essa primeiramente contra a Polônia, que foi parte do bloco soviético há pouco mais de apenas duas décadas, Moscou atinge um dos mais fervorosos apoiadores de maiores sanções contra a Rússia pelo apoio a rebeldes na Ucrânia.
“Nossas restrições não estão ligadas às sanções da UE, porque esta situação (das importações da Polônia) tem se desenvolvido há um bom tempo”, disse o porta-voz da agência de inspeção sanitária russa, Alexei Alekseenko. As restrições serão começadas a partir de 1o de agosto.
(Reportagem adicional de Wiktor Szary, de Varsóvia, e Julia Fioretti, em Bruxelas)
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