
01 de setembro de 2007 | 12h45
O presidente Vladimir Putin disse neste sábado que a Rússia não poderia esquecer as "crianças que nunca irão para a escola de novo," lembrando as centenas de mortos quando tropas invadiram uma escola dominada por rebeldes chechenos há três anos.O enviado do Kremlin Dmitry Kozak assegurou as famílias das vítimas sobre uma investigação completa da atuação das autoridades no caso, segundo a mídia russa. Policiais acusados de negligência serão julgados.Os rebeldes armados dominaram mais de 1.000 crianças e pais que participavam de um cerimônia para marcar o novo ano na escola em setembro de 2004. Um total de 333 reféns_ a metade deles crianças_ morreu no local, durante uma tentativa de resgate caótica.Kozak, o enviado presidencial para o sul da Rússia, e Boris Gryzlov, do partido pró-Kremlin Rússia Unida, procuraram acalmar os ânimos do comitê Mães de Beslan, montado para exigir justiça para as vítimas da tragédia."Um grande trabalho vem sendo desenvolvido, sem precedentes... As ações de cada soldado foram analisadas," declarou Kozak à agência de notícias russa Interfax.Para o primeiro dia de aula nas escolas da Rússia, Putin visitou uma escola em Astrakhan, no sul do país, onde ele falou de Beslan, de acordo com um filme veiculado pela TV estatal russa."Mesmo hoje, um dia de festa, nós não podemos esquecer a tragédia de poucos anos atrás e as crianças que nunca irão à escola de novo," disse Putin, que deve deixar o cargo após as eleições presidenciais de março de 2008, aos jovens estudantes.GRANDE TRAGÉDIATestemunhas de Beslan afirmam ter visto as tropas russas dispararem contra a escola, o que as autoridades russas negam. Em uma carta aberta a Putin para marcar o aniversário do massacre, o comitê de Mães de Beslan pediu que ele use seu último ano de mandato para visitar Beslan e dizer a verdade sobre o massacre."A verdade mais importante é que nossas crianças foram sacrificadas pelos interesses burocráticos de alguém. Nós sabemos dessa verdade. Todo o povo russo deveria saber disso também," disse a carta."Beslan não é apenas uma grande tragédia para a Rússia, é também um episódio vergonhoso para as autoridades russas."Beslan é uma região turbulenta no norte do Cáucaso, no sul da Rússia, perto da Chechênia onde as forças russas já travaram duas guerras contra os rebeldes separatistas e de onde a violência sempre se espalha para regiões vizinhas.Putin ganhou poder, primeiro como primeiro-ministro e depois como presidente, prometendo acabar com o governo rebelde checheno e restaurar o controle do Kremlin.
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