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Rússia desmente que navio desaparecido tenha sido avistado

Atualização:

As informações de que um navio mercante desaparecido havia sido localizado na costa das ilhas de Cabo Verde, no Oceano Atlântico, são infundadas, informou nesta sexta-feira a agência russa de notícias RIA, citando como fonte um enviado russo ao país africano. O desaparecimento do navio Artic Sea, com seus 15 tripulantes russos, desconcertou as autoridades na Europa e norte da África. A Rússia enviou embarcações à região para localizá-lo. A agência de notícias portuguesa Lusa informou que o cargueiro de 4.000 toneladas estava a 400 milhas náuticas do arquipélago de Cabo Verde, situado no oeste da África, enquanto a França dizia ter informações de algo avistado que poderia ser o Artic Sea. "Havia a informação de que um navio cargueiro semelhante ao que está sendo procurado tinha sido avistado 400 milhas náuticas ao norte da ilha de Santo Antão", afirmou o embaixador russo em Cabo Verde, Alexander Karpushin, segundo a RIA. "No entanto, ficou comprovado que essa informação não era verdadeira", disse ele, citando uma reunião com o chefe das Forças Armadas de Cabo Verde. Antes disso, a Lusa reportara declarações do diretor-geral de Defesa de Cabo Verde, Pedro Reis, de que o navio estava em águas internacionais ao norte de São Vicente, uma ilha cabo-verdiana, perto de Santo Antão. Um porta-voz naval francês disse que a informação sobre a localização de um navio com descrição semelhante à do Artic Sea ao norte de Cabo Verde fora passada pela Rússia e por Malta. As indicações de que a embarcação estava a norte de Cabo Verde teriam corroborado relatos de que ele se dirigia para o Atlântico. No entanto, o major António Monteiro, comandante do esquadrão naval da Guarda-Costeira de Cabo Verde, disse que ele não poderia confirmar a informação sobre a passagem do cargueiro pela costa norte do país. O navio tem registro em Malta, transporta uma carga de madeira no valor de 1,3 milhão de dólares e deveria ter atracado no dia 4 de agosto no porto argelino de Bejaia. Nunca chegou, e acredita-se que tenha feito contato pela última vez de uma posição na altura da costa francesa. A preocupação com a tripulação russa surgiu depois que a Autoridade Marítima de Malta disse ter recebido informações de que o navio havia sido abordado por homens mascarados que disseram ser da polícia antidrogas, em águas suecas, em 24 de julho. Nesta sexta-feira, no entanto, a Comissão Européia expressou dúvidas sobre a possibilidade de o cargueiro ter sido tomado por piratas. (Reportagem de Conor Humphries em Moscou, Axel Bugge em Lisboa, Álvaro Ludgero Andrade em Praia, e Sophie Hardach em Paris)

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