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Rússia diz ter feito progresso com EUA em redução de armas

Casa Branca e Kremlin tentam fechar acordo para substituir tratado que vence em dezembro deste ano

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Por Redação
Atualização:

Rússia e os Estados Unidos fizeram progressos significativos nas negociações sobre um novo programa de redução de armas nucleares, disse o ministro russo de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta terça-feira, 13, após conversas com a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton.

 

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O presidente norte-americano, Barack Obama, e o chefe do Kremlin, Dmitri Medvedev, concordaram em julho com os contornos de um acordo preliminar para substituir o Tratado de Redução de Armas Estratégicas (START-1), de 1991, mas os negociadores estão enfrentando uma série de questões técnicas nas negociações. "Fizemos um avanço significativo (na elaboração de um novo em substituição ao que vence em dezembro próximo)", disse Lavrov em entrevista coletiva conjunta, afirmando que ainda restam "assuntos para serem estipulados e que exigem mais elaboração".

 

Ao mesmo tempo, Lavrov ressaltou que ambas as partes manifestaram a intenção de darem "continuidade aos esforços para a conclusão deste trabalho nos prazos fixados", ou seja, em dezembro. Ele acrescentou que, em matéria de defesa antimísseis, Moscou e Washington decidiram prosseguir com as consultas e analisar os riscos da proliferação das tecnologias de construção de mísseis.

 

"Acreditamos que, como resultado destas consultas, chegaremos à compreensão da ordem de trabalho que nos permitirá unir nossos esforços aos dos países europeus e de outros Estados interessados em avaliar e neutralizar os riscos de proliferação dos mísseis", afirmou Lavrov.

 

Depois de desistir de instalar um escudo antimísseis no leste da Leste, os EUA propuseram a criação de um sistema de defesa conjunto com a Rússia e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Os laços entre Moscou e Washington esfriaram no governo do ex-presidente George W. Bush, principalmente na época do conflito entre Rússia e Geórgia, em agosto. Desde que assumiu a Casa Branca, em janeiro, Obama e sua equipe mostram disposição de reaproximar-se com o Kremlin.

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Sobre o Start

 

Os presidentes afirmaram que o novo acordo irá além do Tratado sobre Reduções Estratégicas Ofensivas (SORT), firmado em 2002, em que os dois lados se comprometeram a cortar o arsenal para um número de ogivas entre 1.700 e 2.200 até 2012. O acordo substituiu o START-1 (Redução Estratégica de Armas), assinado em 1991 e em vigor até dezembro, que levou à maior redução bilateral da história. Segundo as últimas estimativas, a Rússia possui 3.113 ogivas nucleares, enquanto os EUA têm 3.575.

 

Moscou vê o START 1 como uma herança do controle de armas pós-guerra Fria e acredita que o acordo pode afetar seu balanço estratégico. As duas partes veem um novo tratado como uma forma de "pressionar o botão reset" em suas relações, que ficaram duramente afetadas após o conflito entre Rússia e Geórgia no ano passado, diferenças sobre os planos americanos para um escudo antimísseis na Polônia e República Checa e oposição de Moscou a entrada da Ucrânia e Geórgia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

 

As negociações focarão a contagem e disposição das ogivas. Por exemplo, se um míssil carrega 10 ogivas independentes, ele deve ser contado como uma arma única ou 10? Moscou insiste que todos os projéteis devem ser contados individualmente, enquanto os EUA acreditam que somente as ogivas já armadas devem ser contadas, desprezando as que ficam guardadas.

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