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Rússia e EUA discordam sobre início de atividade em usina do Irã

Por DARYA KORSUNSKAYA
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A Rússia informou na quinta-feira que ativará o reator que está construindo na primeira usina nuclear do Irã em meados de 2010, gerando uma crítica imediata da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que visita o país. O primeiro-ministro Vladimir Putin anunciou o início das atividades, mas Hillary afirmou que uma decisão como essa seria "prematura" sem as garantias iranianas sobre seu programa nuclear, que o Ocidente teme que tenha como finalidade a produção de armas atômicas. "Na ausência destas garantias, acreditamos ser prematuro seguir com qualquer projeto neste momento porque queremos mandar uma mensagem inequívoca para os iranianos", disse ela. A Rússia concordou em construir o reator de mil megawatts em Bushehr, no Golfo Pérsico, há 15 anos, mas o projeto de 1 bilhão de dólares sofreu atrasos e diplomatas afirmam que Moscou tem usado o projeto para alavancar as relações com Teerã. "Continuamos a trabalhar no desenvolvimento da capacidade de energia atômica tanto em casa como no exterior", disse Putin em uma reunião sobre energia nuclear na cidade de Volgodonsk, no sul da Rússia. "A ativação do primeiro reator na usina de energia atômica de Bushehr está planejada para este verão", afirmou ele. Hillary Clinton disse que isso enviaria uma mensagem errada ao Irã, um grande exportador de petróleo que enfrenta a possibilidade de sofrer novas sanções por causa de seu programa nuclear, que oficialmente é para gerar eletricidade. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, falando ao lado de Hillary após conversações em Moscou, respondeu dizendo que a usina de Bushehr era essencial para manter a presença da agência nuclear da Organização das Nações Unidas (ONU) no Irã. Vladimir Pavlov, a autoridade encarregada pelo projeto da estatal Atomostroiexport, que constrói o reator, afirmou que "a inauguração da usina está programada para julho". Hillary estava em Moscou para uma reunião dos mediadores da paz no Oriente Médio e encontros com autoridades russas, incluindo o presidente Dmitry Medvedev.

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