Rússia expulsa jornalista dos EUA crítico a Putin

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Por TIMOTHY HERITAGE E GABRIELA BACZYNSKA
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A Rússia proibiu por cinco anos a entrada de um jornalista norte-americano que é crítico ao presidente Vladimir Putin, uma medida que pode prejudicar as relações com os Estados Unidos e lembra a época da Guerra Fria. O tratamento dado por Moscou a David Satter pode aumentar as preocupações sobre a liberdade de expressão antes da Olimpíada de Inverno de Sochi em fevereiro, embora Putin tenha tentado apaziguar as críticas ao libertar o ex-magnata do petróleo Mikhail Khodorkovsky e as integrantes da banda punk de protesto Pussy Riot antes dos jogos. O Ministério das Relações Exteriores russo afirmou nesta terça-feira que Satter, autor de três livros sobre a Rússia e a União Soviética, foi impedido de retornar à Rússia no mês passado após uma violação grosseira das regras do visto. "Como alguns de vocês sabem, eu fui expulso da Rússia", escreveu Satter no Twitter. "É a primeira explicação para minha expulsão que qualquer um recebeu em três semanas. É também falsa", disse ele ao descartar a versão do governo russo para o episódio. Tais expulsões tem sido raras desde o final da Guerra Fria e o colapso da União Soviética em 1991. Mas o ministério rejeitou a sugestão feita pela mídia ocidental de que a medida contra Satter teve motivação política, chamando-a de "tendenciosa". Ex-correspondente em Moscou para o Financial Times, Satter voltou à capital russa no ano passado como assessor da Radio Free Europe/Radio Liberty, uma emissora financiada pelo governo dos EUA. Em um de seus livros, Satter acusa o Serviço de Segurança Federal russo, sucessor da KGB da era soviética, de ser responsável pelos ataques a bomba contra prédios de apartamentos russos em 1999, em que mais de 300 pessoas morreram. O SSF, chefiado por Putin antes de ele se tornar primeiro-ministro e depois presidente, negou as acusações. Autoridades russas culparam separatistas da Chechênia, no Cáucaso do Norte, pelos ataques. Os crimes nunca foram solucionados.

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