Rússia pede a Kiev que negocie diretamente com os separatistas

O país apoia os separatistas que se rebelaram no leste, mas alega que não está diretamente envolvida no conflito

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov Foto: Vasily Maxmov/AFP

O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, disse nesta quarta-feira que os líderes ucranianos têm que negociar diretamente com os separatistas no leste do país e não devem ameaçar Moscou como se a Rússia fizesse parte do conflito.

PUBLICIDADE

Kiev e o Ocidente acusam a Rússia de desestabilizar a Ucrânia ao fornecer dinheiro, armamentos e suprimentos aos rebeldes. O Ocidente impôs sanções a Moscou por causa do conflito, no qual mais de 4 mil pessoas já morreram desde meados de abril.

A Rússia apoia os separatistas que se rebelaram no leste, mas alega que não está diretamente envolvida no conflito na região de Donbass.

"Como próximo passo, estamos pedindo pelo estabelecimento de contatos estáveis entre Kiev e os representantes de Donbass, com o objetivo de alcançar entendimentos mutuamente aceitáveis", disse Lavrov na Câmara dos Deputados russa.

Ele disse que o "partido da guerra" -aqueles que apoiam a campanha militar de Kiev- tentou excluir os separatistas dos esforços de paz e "forçar o Ocidente a buscar o consentimento da Rússia para agir como um dos lados no conflito".

"Essa foi uma linha (de ação) completamente contraprodutiva e provocativa que não tem nenhuma chance de suceder", disse o experiente ministro.

Lavrov sugeriu que apesar das rusgas, os "parceiros" da Rússia aceitam que a península da Crimeia, anexada pela Rússia em março, não retornaria ao controle ucraniano.

Publicidade

"A Crimeia é uma parte inseparável da Rússia e assumimos total responsabilidade por isso", disse Lavrov.

Ele disse que Moscou não deveria ser culpada pelas tensões nas relações com a União Europeia por causa da crise na Ucrânia e deseja manter laços positivos com Bruxelas.

"A atual tendência negativa nas relações globais não é nossa opção", disse ele.

(Reportagem de Gabriela Baczynska)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.