Rússia pede a UE que não interfira na Ucrânia; confrontos continuam

Centenas de manifestantes antigoverno enfrentam a polícia nas ruas de Kiev

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Por Redação
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MOSCOU  - O chanceler russo, Sergei Lavrov, pediu nesta terça-feira, 21, aos governos de países europeus que não interfiram na crise política ucraniana e expressou preocupação com a possível perda de controle da situação em Kiev. A Rússia, que considera a também ex-república soviética parte de seu tradicional círculo de influência, tem acompanhado com atenção os protestos contra o presidente ucraniano, Viktor Yanukovich, pela decisão de abandonar um acordo com a União Europeia.

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Yanukovich, que recebeu um pacote de resgate bilionário de Moscou após ter se afastado da UE, irritou os manifestantes ao aprovar leis que coíbem as manifestações públicas.

"Nós preferimos que alguns de nossos colegas europeus abstenham-se de agir sem cerimônia sobre a crise ucraniana, quando, sem qualquer tipo de convite, membros de certos governos europeus correm para a Maidan (praça central de Kiev), participam de manifestações contra o governo de um país com o qual eles têm laços diplomáticos", disse Lavrov em entrevista coletiva. "Isso é simplesmente repugnante."

Em dezembro, a secretária de Estado assistente dos Estados Unidos Victoria Nuland, a chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, e o então ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, visitaram os manifestantes. E ministros da UE têm denunciado as novas leis limitando os protestos públicos como "antidemocráticas".

Confrontos.  Centenas de manifestantes continuam a enfrentar a polícia nesta terça-feira em Kiev. Os manifestantes, protegidos atrás dos ônibus incendiados no primeiro dia dos distúrbios, lançam esporadicamente paralelepípedos, coquetéis molotov e outros objetos contra os policiais, que respondem com gás lacrimogêneo, segundo as imagens de televisão transmitidas ao vivo do local dos enfrentamentos.

Ontem, em um pedido à população, o presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, advertiu que as manifestações em Kiev se transformaram em distúrbios maciços que ameaçam desestabilizar todo o país.

"Eu estive disposto a ouvir as opiniões para juntos encontrarmos uma solução. Mas agora, quando as ações pacíficas se transformam em distúrbios maciços, com "pogroms", incêndios e violência, tenho certeza que isso representa uma ameaça não só para a ordem em Kiev, mas para toda a Ucrânia", disse Yanukovich. / REUTERS e EFE

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