
19 de março de 2012 | 20h05
A Rússia é um dos principais aliados estrangeiros de Assad, mas não está claro até que ponto vai a influência de Moscou sobre o governo sírio, que há um ano reprime com dureza protestos por democracia.
A chancelaria russa disse que as forças do governo e a oposição armada deveriam aceitar "sem demora as pausas humanitárias diárias", assunto que foi discutido nesta segunda-feira em um encontro do chanceler da Rússia, Sergei Lavrov, com o presidente do CICV, Jakob Kellenberger.
Moscou também defendeu que a Cruz Vermelha tenha acesso "aos detidos na Síria por participação em protestos".
Em 21 de fevereiro, o CICV, única entidade internacional com presença humanitária na Síria, propôs uma trégua diária de duas horas para que seja possível retirar os feridos das zonas conflagradas e levar alimentos, remédios e outros suprimentos.
Kellenberger disse ter alertado Lavrov de que a situação se tornou mais "urgente", tornando mais importantes as tréguas diárias.
"Não é possível que, quando você tem os combates mais intensos, você não tenha acesso para evacuar os feridos. Também queremos realizar atividades de proteção, e com isso eu quero dizer a proteção de missões médicas, e isso significa acesso a detidos para que possamos verificar suas condições e tratá-los."
O dirigente da Cruz Vermelha disse à Reuters que Lavrov "claramente concordou e manifestou apoio" à ideia do cessar-fogo, mas que não estava claro quais canais a Rússia iria usar para pressionar Assad.
(Reportagem de Thomas Grove, com Stephanie Nebehay, Steve Gutterman e Andrew Quinn)
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