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Sanções da ONU afetam venda de mísseis S-300 ao Irã, diz Rússia

Na quinta, Moscou havia dito que medidas não impediriam cumprimento de contrato com iranianos

Atualização:

TASHKENT - A entrega de mísseis terra-ar S-300 ao Irã, conforme previsto em um contrato com a Rússia, violaria as novas sanções da ONU ao país, disse uma fonte do Kremlin na sexta-feira, sinalizando uma mudança no tom da Rússia em relação à República Islâmica.

 

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Antes, Moscou insistia no seu direito de entregar os mísseis ao Irã, apesar da forte oposição dos EUA e Israel. "O fornecimento dos S-300 ao Irã se enquadra nas sanções da ONU", disse uma fonte do Kremlin, pedindo anonimato. O comentário foi feito após dois dias de sinais conflitantes da Rússia sobre como as sanções, aprovadas na quarta-feira no Conselho de Segurança, afetariam esse contrato. Andrei Nesterenko, porta-voz da chancelaria russa, disse na quinta-feira que o míssil S-300, capaz de abater aviões e mísseis, não estava na lista de armas proibidas.

O gabinete do presidente Nicolas Sarkozy também informou nesta sexta que o primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, disse que Moscou irá congelar a entrega de mísseis superfície-ar ao Irã depois de negociações entre as duas lideranças.

 

No entanto, um porta-voz de Sarkozy disse a jornalistas que Putin havia confirmado que a entrega seria congelada. Segundo a autoridade, o líder russo disse que o Irã estava "muito descontente" e queria impor penalidades contra Moscou por romper o contrato.

 

Conselho

Diplomatas do Conselho de Segurança disseram que a resolução prevê "vigilância e comedimento" por parte dos governos na venda de armas ao Irã. Moscou tem usado o contrato militar, revelado inicialmente pelo Irã no final de 2007, como peça de barganha na sua diplomacia com Teerã e o Ocidente na disputa envolvendo o programa nuclear iraniano. Os EUA e seus aliados acusam o Irã de desenvolver secretamente armas nucleares, o que Teerã nega. A Rússia tem fortes ligações econômicas com a República Islâmica, para quem está construindo uma usina nuclear. Os governos da Rússia e da China, que têm poder de veto no Conselho de Segurança, se empenharam para atenuar as sanções, impedindo que elas impusessem restrições ao setor energético iraniano. Mas, ao mesmo tempo, a Rússia se mostra incomodada com o sigilo que cerca o programa iraniano de enriquecimento de urânio e pela sua recusa em aceitar propostas destinadas a atenuar as preocupações com o seu programa nuclear.

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