Sarkozy promete pulso firme contra arruaceiros

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Por LAURE BRETTON
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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu na quarta-feira punir arruaceiros que alvejarem policiais, mas prometeu uma investigação independente sobre a morte de dois jovens, estopim dos atuais distúrbios. Pela terceira noite seguida, jovens dos subúrbios de Paris e de Toulouse (sudoeste) incendiaram carros e lixeiras, mas, diante da forte presença policial na capital, a situação foi bem mais calma do que nas duas noites anteriores. As autoridades disseram que não houve incidentes graves entre policiais e jovens na zona norte da capital francesa, onde se mistura uma população de brancos, magrebinos e negros, num ambiente de degradação habitacional, desemprego elevado e criminalidade. Momentos após desembarcar de uma viagem à China, Sarkozy foi a um hospital de Eaubonne, subúrbio de Paris, onde está internado em estado grave um oficial da polícia agredido no domingo, no início da onda de violência. Sarkozy elogiou a coragem do oficial e disse que nada justificaria tal violência. Disparar contra policiais, lembrou Sarkozy, "tem um nome: tentativa de homicídio", e "quem se dispuser a balear um policial vai se ver com a corte de Assizes [que julga casos graves]." Há dois anos, durante uma onda semelhante de distúrbios, o hoje presidente era ministro do Interior e se popularizou com a dura repressão. Aquela foi a pior onda de distúrbios na França em 40 anos, iniciada quando dois adolescentes morreram eletrocutados, aparentemente fugindo da polícia. No domingo passado, dois jovens morreram numa colisão da motoneta em que estavam com um carro de policia. Parentes das vítimas acusaram os policiais de omissão de socorro. Apesar de serem franceses, os dois rapazes devem ser enterrados nos países de seus pais -- Marrocos e Senegal. (Por Laure Bretton, Gerard Bon e Sophie Louet)

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