28 de julho de 2010 | 12h24
BELGRADO - A Sérvia propôs nesta quarta-feira, 28, à Assembleia Geral das Nações Unidas uma resolução na qual pede apoio a uma saída dialogada do impasse sobre Kosovo e reitera sua oposição à independência unilateral desse território.
O documento dessa solicitação faz parte de atividades diplomáticas anunciadas pela Sérvia depois de a Corte Internacional de Justiça (CIJ) argumentar na semana passada que a proclamação da independência de Kosovo não violou o direito internacional, uma decisão que significou um grande revés para Belgrado.
"A secessão unilateral não é uma forma aceitável para solucionar questões territoriais", assinala o texto do documento, entregue hoje à Assembleia Geral pela missão da Sérvia na ONU.
O documento pede às partes envolvidas "que encontrem uma solução mutuamente aceitável de todos os assuntos abertos mediante diálogo pacífico, em interesse da paz, segurança e cooperação na região", segundo o texto da resolução, ao qual a Agência Efe teve acesso.
A resolução foi apresentada depois das consultas com vários Estados, inclusive todos os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China), informa Ministério de Exteriores sérvio em comunicado.
A nota acrescenta que o chefe da diplomacia sérvia, Vuk Jeremic, viajou hoje a Nova York, onde falará com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a situação em Kosovo depois do parecer expresso pela CIJ no último dia 22.
Jeremic também irá a um encontro do Movimento dos Não-Alinhados e se reunirá com embaixadores de países-membros da ONU para apresentar a posição da Sérvia e os próximos passos de sua estratégia para defender a integridade territorial e a soberania, indica o comunicado.
A nota assinala que, para a próxima semana, está prevista uma sessão do Conselho de Segurança da ONU dedicada à questão de Kosovo.
Após a decisão da CIJ, as autoridades sérvias mantiveram a firme posição de rejeitar a autoproclamada independência do território e anunciaram que pedirão o apoio internacional para continuar negociando uma saída diplomática ao conflito.
Belgrado insiste que os albano-kosovares não tiveram direito à secessão e que a CIJ evitou se pronunciar a respeito.
A ofensiva diplomática sérvia se centrará agora em prevenir novos reconhecimentos da independência do Kosovo, proclamada por Pristina em 17 de fevereiro de 2008.
Até agora, 69 países, entre eles EUA e a maioria de membros da União Europeia, reconheceram a soberania de Kosovo, enquanto nações como Brasil, Espanha, Rússia, China e Índia se negaram a fazê-lo.
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