PUBLICIDADE

Sobreviventes de massacre em escola alemã relatam episódio

Pegos de supresa, estudantes pularam janelas quando viram um adolescente armado atirando contra colegas

Por da Redação e com agências internacionais
Atualização:

Sandra (este não é seu nome real), de 14 anos, ouviu um barulho alto na manhã de quarta-feira, 11, durante uma aula na escola de Winnenden. Ela pensou que se tratava de alguma coisa caindo, mas não imaginou que ouvia o som de uma arma disparando. Mas quando viu Tim Kretschmer, de 17, em pé na sua sala com uma pistola nove milímetros, sabia que tinha que ir para o chão, informou o jornal The Guardian.

 

Veja também:

linkMinistro alemão descarta endurecer porte de arma após ataque

linkAtirador alemão alertou sobre massacre na internet

link'Era arrogante, mas não agressivo', diz treinador

linkApós ataques, Europa apressa-se para restringir armas de fogo

video TVs exibem vídeo dos últimos momentos do atirador alemão

Publicidade

lista Cronologia dos principais ataques contra escolas

 

PUBLICIDADE

A adolescente disse que lembra da expressão do garoto. "Ele parecia muito confiante. Como se acreditasse que estava fazendo exatamente a coisa certa", descreveu. Ela é uma das sobreviventes da matança que deixou 15 pessoas mortas.

 

Patrick S, de 15 anos, é um dos estudantes feridos. Ele contou que Kretschmer entrou em sua sala às 9h30 locais. "De repente, eu vi que fui atingido. Ele foi embora e nós fizemos uma barricada na porta. Então vi minha colega Chantal... Ela estava morta."

 

Outros estudantes contaram à rede CNN que escaparam pelas janelas ou trancaram-se quando perceberam o que estava acontecendo. Em poucos minutos, o atirador já havia entrado em três salas antes da chegada da polícia. "Um policial dizia que tínhamos que correr rapidamente", afirmou Luisa Santonastaso, de 16 anos. "Primeiro, não sabíamos o que fazer. Depois, fomos para as salas, reunimos alguns amigos e corremos."

 

"Ele (Kretschmer) simplesmente entrou na sala de aula e começou a atirar. Uma amiga minha estava tão horrorizada que pulou a janela. Ela está no hospital agora", acrescentou ela à emissora americana. "Ouvimos que alguém estava atirando, e depois vimos um professor com sangue nas mãos, ajudando uma professora que havia se sacrificado por uma estudante. Ela se colocou à frente dela para protegê-la", contou outra estudante à CNN.

 

 Como foi o massacre

 

A chacina começou nas dependências da Albertville Realschule, um colégio situado em Winnenden, a 20 quilômetros de Stuttgart. De acordo com a polícia, Tim Kretschmer, ex-aluno do colégio, totalmente vestido de preto, invadiu o prédio com uma pistola Beretta 9 milímetros. Kretschmer invadiu o prédio da escola pouco antes das 9h30.

Publicidade

 

Com a arma em punho, ele teria subido as escadas até o primeiro andar, onde se situam as salas de aula, para então abrir fogo. Demonstrando perícia, suas primeiras vítimas foram mortas com tiros na cabeça. As oito alunas e um aluno assassinados tinham entre 14 e 16 anos.

 

Algumas de suas vítimas, segundo testemunhas, foram encontradas mortas com a cabeça sobre a carteira e a caneta ainda nas mãos, numa indicação de que foram baleadas na nuca.

 

O banho de sangue continuaria com a fuga do jovem pelas ruas de Winnenden, onde um funcionário de uma clínica psiquiátrica também acabou morto. Kretschmer, então, obrigou um motorista a levá-lo de carro a uma cidade vizinha.

 

Enquanto Kretschmer trocava tiros com a polícia, o motorista conseguiu abandonar o carro. A perseguição - que envolveu 700 policiais e 4 helicópteros - prosseguiu com o assassino ao volante. Cercado, o jovem invadiu uma loja de automóveis, matando um vendedor e um cliente. Ferido, segundo a polícia, ele teria cometido suicídio.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.