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Soldados franceses rumam para os últimos redutos rebeldes do Mali

Por RICHARD VALDMANIS E JOHN IRISH
Atualização:

Soldados franceses ocuparam o aeroporto de Kidal, no norte do Mali, último reduto urbano ainda em poder dos insurgentes islâmicos do país. A ação marca o final da primeira fase da intervenção militar francesa iniciada há três semanas, com o objetivo de eliminar os rebeldes muçulmanos que passaram dez meses controlando o norte malinês. A França, que tem 4.500 soldados mobilizados na missão, espera transferir gradualmente o trabalho para uma força africana mais robusta, que terá a tarefa de erradicar os insurgentes de redutos montanhosos na fronteira com a Argélia. O ministro francês da Defesa, Jean-Yves le Drian, disse que forças francesas usando aviões e helicópteros desafiaram uma tempestade de areia na noite de terça-feira e ocuparam o aeroporto, mas que o mau tempo impediu o avanço rumo à cidade de Kidal. "As forças terroristas estão recuando para as montanhas de Adrar des Ifoghas, que são de difícil acesso", disse Le Drian em entrevista coletiva. "Há apoio de forças chadianas e nigerianas chegando do sul." O avanço francês rumo à remota Kidal coloca esse contingente em contato direto com os rebeldes autonomistas do movimento tuaregue MNLA, cuja rebelião no ano passado acabou sendo "sequestrada" pelos radicais islâmicos. Le Drian disse que a França havia estabelecido boas relações com chefes tuaregues locais antes de enviar tropas. Os líderes do MNLA se dizem dispostos a combater a Al Qaeda, mas muitos malineses, inclusive a cúpula militar em Bamaco, a capital, acusam os tuaregues de terem dividido o país, e veem com desconfiança os contatos deles com Paris.

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