PUBLICIDADE

Strauss-Kahn admite 'erro moral' na televisão francesa

Por CATHERINE BREMER
Atualização:

Dominique Strauss-Kahn pediu desculpas aos franceses no domingo por um encontro sexual com uma camareira de hotel, descrito por ele como um "erro moral" pelo qual iria se arrepender por toda a sua vida, e prometeu ficar de fora da campanha eleitoral do Partido Socialista em 2012. Em sua primeira entrevista desde que um caso de agressão sexual em Nova York encerrou sua carreira no FMI e destruiu suas chances de concorrer à presidência da França, Strauss-Kahn disse que estava zangado consigo mesmo pelo que chamou de relação consensual mas insensata. Ele admitiu que decepcionou seu país e magoou sua família. "Foi um erro moral, e não estou orgulhoso dele," disse Strauss-Kahn em uma entrevista no domingo no noticiário noturno da TF1, visto por milhões de pessoas. "Lamento profundamente e acho que ainda não terminei de lamentar." O ex-chefe do Fundo Monetário Internacional, antes visto como melhor chance da esquerda de subir ao governo em 2012, retornou à França na semana passada depois que o promotor de Nova York retirou as acusações de tentativa de estupro, relacionadas com seu encontro de nove minutos com uma camareira do hotel Sofitel. Trajando um terno escuro e uma sóbria gravata azul-marinho, com uma camisa bem abotoada e cabelo bem penteado, sua aparência no domingo estava bem distante do seu aspecto como prisioneiro, aparecendo diante das câmeras algemado, desgrenhado e com a barba por fazer, depois de sua prisão em meados de maio. Com a boca seca, nervoso e claramente desconfortável, ele entrou para o grupo de homens poderosos, como o ex-presidente dos EUA Bill Clinton e o ex-deputado Anthony Weiner, que pediram desculpas publicamente por suas escapulidas sexuais. Ele disse à entrevistadora da TF1, Claire Chazal, amiga de sua mulher, Anne Sinclair, que era um homem mudado. "Eu paguei caro por isso. Eu ainda estou pagando por isso. Eu vi a dor que eu causei à minha volta e eu tenho refletido profundamente," Strauss-Kahn disse à Chazal, que ficou pouco à vontade e manteve seus braços firmemente cruzados durante toda a entrevista. As acusações de tentativa de estupro foram retiradas no final de agosto, depois que surgiram dúvidas sobre a credibilidade da empregada do hotel. Os advogados de Strauss-Kahn disseram desde o início que o encontro breve em sua suíte de luxo havia sido sexual, mas consensual e não-violento. Conhecido na França por suas iniciais DSK, ele disse à TF1 que precisava de mais tempo para refletir antes de decidir o que fazer com sua carreira. "Eu queria ser candidato (na eleição). Eu pensei que eu poderia ser útil. Tudo isso acabou," disse ele. "Eu acho que não cabe a mim me envolver nas primárias (socialistas)."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.