O Sudário de Turim, ou santo Sudário, que segundo algumas pessoas seria a mortalha que envolveu o corpo de Jesus após a crucificação, está em exibição pública pela primeira vez em dez anos, atraindo longas filas de fiéis. Muitos cientistas dizem que o sudário é uma obra de arte produzida na Idade Média.
Com técnicas medievais, cientistas criam réplica do sudário
O cardeal de Turim, Severino Poletto, liderou a cerimônia de abertura na catedral da cidade. Ele fez referência ao debate sobre a autenticidade da relíquia, dizendo que "não cabe à Igreja, mas à ciência decidir".
Até a noite de sexta-feira, 1,5 milhão de pessoas já haviam feito reservas para olhar, por um intervalo de três a cinco minutos, para o tecido, que é mantido numa caixa à prova de balas e climatizada. A exibição continua aberta até 23 de maio.
O papa Bento XVI deve ir a Turim no início de maio para orar diante do sudário.
Esta é a primeira vez que o tecido de 4,3 metros de comprimento por 1 metro de largura entra em exibição pública desde que foi apresentado como parte das festas da virada do milênio.
O Vaticano evita tratar diretamente da questão de o que o pano é, referindo-se a ele como um "símbolo" do sofrimento de Jesus.
O cardeal Severino Poletto contempla o sudário na Catedral de Turim. Luca Bruno/AP
Uma pesquisadora do Vaticano disse, no ano passado, que pequenas inscrições no tecido, que ela estudou por meio de imagens ampliadas por computador, mostram que o pano realmente foi usado para envolver o corpo de Jesus. Mas a maioria dos cientistas prefere dar crédito a datações de carbono 14 que determinaram que o pano foi tecido no século 13 ou 14.
O teste de datação não explicou como a imagem do corpo foi gravada na mortalha, mas simulações realizadas por especialistas nos EUA e na Itália mostraram que um efeito muito parecido pode ser obtido com técnicas artísticas medievais.
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