Suposto membro do ETA é preso no Rio de Janeiro

PUBLICIDADE

Atualização:

Um suposto membro do grupo separatista basco ETA, que escapou da Justiça em 1991, foi detido no Rio de Janeiro, informaram o governo espanhol e a Polícia Federal brasileira nesta sexta-feira. Joseba Gotzon Vizán González, de 53 anos, tinha recebido um mandado de prisão por um atentado terrorista e estava estabelecido no Brasil há vários anos com documentação falsa. As autoridades espanholas acusam-no de fazer parte de um comando "legal" do ETA que colocou uma bomba no veículo do agente do Corpo Nacional da Polícia Manuel Muñoz Domínguez, que ficou gravemente ferido no ataque, em 1988. Também são atribuídos a ele a tentativa de assassinato de um agente da polícia e um atentado com granadas contra uma delegacia policial no País Basco que fracassou, ambos no mesmo ano. De acordo com o superintendente da PF no Rio de Janeiro, Valmir Lemos de Oliveira, González expressou a policiais brasileiros a intenção de pedir asilo político no país. "Ele fez um comentário desse tipo, mas sem maior profundidade... ele comentou com um policial da possibilidade de conseguir um asilo político, uma vez que para ele o processo que tramita na Espanha é de um crime de natureza política", declarou a jornalistas. "As autoridades espanholas devem tomar medidas legais o quanto antes para viabilizar a extradição", disse o agente federal. González foi preso perto da casa onde mora, na zona sul do Rio de Janeiro. Ele vinha sendo monitorado há três semanas e sua prisão aconteceu numa operação conjunta com agentes da polícia espanhola. De acordo com a PF, González atuava como professor de idiomas em uma escola privada e ainda trabalhava como tradutor. Por usar documentos falsos, ele foi indiciado pelo crime de falsidade ideológica que prevê pena de até 5 anos. Até agora neste ano, três supostos integrantes do ETA foram presos, dois na França e um no Brasil. O grupo ordenou um cessar-fogo definitivo em outubro de 2011 de sua atividade armada que buscava a independência do País Basco, depois de mais de 40 anos de ataques que deixaram mais de 800 mortos. (Reportagem de Emma Pinedo; reportagem adicional de Rodrigo Viga Gaier, no Rio de Janeiro)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.