Suspeitos presos esta semana tramavam atentados, diz França

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Por NICHOLAS VINOCUR
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Cinco suspeitos presos nesta semana em Paris supostamente estavam conspirando para promover atentados na França, e um deles estava preparado para morrer pela causa, disse nesta quarta-feira o ministro do Interior, Brice Hortefeux. A França está em alerta elevado contra atentados desde o recente discurso em que Osama bin Laden, líder da Al Qaeda, inclui o país pela primeira vez numa lista de possíveis alvos e declarou aval ao sequestro de cinco cidadãos franceses pelo braço do grupo no norte da África. Hortefeux disse que a ameaça terrorista continua sendo "real" e "elevada" apesar da prisão dos cinco suspeitos, ocorrida na segunda e terça-feira no aeroporto Charles de Gaulle, nos arredores de Paris. Todos eles -- quatro homens e uma mulher -- são cidadãos franceses. "O que podemos dizer é que nos últimos dias, com essas prisões... havia o que chamamos de conspiração para preparar um ataque terrorista", disse ele a jornalistas numa estação ferroviária parisiense. "Alguns deles estavam preparados para morrer no seu gesto fanático", afirmou, esclarecendo depois que só um suspeito parecia disposto ao suicídio. As autoridades francesas estão em alerta desde setembro, quando receberam a denúncia de que uma mulher-bomba estaria preparando um atentado no metrô de Paris. A torre Eiffel chegou a ser fechada em duas ocasiões desde então, e aeroportos e estações ferroviárias também estão sob maior vigilância. Recentemente, o ministro citou informações da Arábia Saudita de que a Al Qaeda continuava tramando atentados na França. Na semana passada, a descoberta de dois pacotes-bombas enviados do Iêmen para os EUA, mas interceptados na Grã-Bretanha e em Dubai, contribuíram com a sensação de alarme. A França proibiu os voos de carga procedentes do Iêmen. O governo francês está particularmente preocupado com a presença de 25 muçulmanos radicais, todos eles cidadãos do país, que teriam viajado para o Afeganistão e Paquistão, onde receberiam treinamento antes de regressar à França para tramar atentados, segundo fontes próximas à polícia. Dos cinco presos nesta semana, um deles havia passado pelo Afeganistão e costumava visitar sites de militantes islâmicos na Internet, segundo Hortefeux. Os outros, acrescentou, planejavam viajar ao Paquistão. Um deles também foi implicado em um plano para assassinar o líder da Grande Mesquita de Paris, Dalil Boubakeur, disse Hortefeux, comparando o caso a uma onda de explosões em 1995 em Paris, que começou com o assassinato de um clérigo islâmico. Boubakeur está sob proteção policial desde meados de setembro.

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