
06 de abril de 2009 | 07h22
Um terremoto sacudiu nesta segunda-feira, 6, a cidade medieval de Áquila, no centro da Itália, matando ao menos 100 pessoas, segundo informações de equipes de emergência. De acordo com estimativas da Agência de Proteção Civil, até 15 mil prédios foram danificados e pelo menos 50 mil pessoas ficaram desabrigadas. O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, declarou estado de emergência. Em entrevista coletiva na cidade, o premiê confirmou que mais de 1.500 pessoas foram feridas e que o número de mortos deve aumentar. A imprensa italiana fala que o número de mortos pode passar de 150.
O tremor de 6,3 na escala Richter atingiu Áquila às 3h32 (22h34 em Brasília), quando a maioria dos moradores dormia. Segundo o Instituto Nacional de Geofísica da Itália, o tremor foi de 5,8 graus. O abalo foi sentido na capital, Roma, que fica a 95 quilômetros de distância. Os serviços de emergência foram acionados para retirar muitas pessoas presas em milhares de casas e blocos de apartamentos que desmoronaram. Milhares dos 60 mil moradores da cidade fugiram para as ruas temendo novos tremores.
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Em visita à região afetada, o primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, comentou que novos tremores de terra podem acontecer e que disse nenhum morador poderá permanecer nos imóveis afetados. Diversos prédios e casas do centro histórico de L'Aquila correm o risco de desabar, prosseguiu o chefe de governo italiano. "Entre as vítimas há dois estudantes, incluindo um da República Checa", disse o primeiro-ministro. Segundo Berlusconi, está sendo preparada uma vila com tendas, que servirá de abrigo para entre 16 mil e 20 mil pessoas. O local deve ficar pronto no fim do dia.
De acordo com a Defesa Civil de Áquila, cerca de 10 mil prédios da cidade - que tem 70 mil habitantes - foram danificados. Um albergue de estudantes e algumas igrejas ruíram por inteiro. Equipes de resgate estão procurando sobreviventes sob os escombros. O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, cancelou sua viagem a Moscou e foi para Áquila. O governo italiano decretou estado de emergência na região de Abruzzo, onde Áquila está localizada. O tremor causou danos também em outros vilarejos da região, que é montanhosa. Linhas de telefone e eletricidade foram danificadas e cortadas.
Foto: AP
O tremor também foi sentido em outras regiões italianas, como Lazio e Marche, onde não ocorreram danos ou houve vítimas. Algumas pessoas, apavoradas, chegaram a sair às ruas de cidades dessas regiões. Em Áquila, o tremor durou aproximadamente 30 segundos durante a madrugada. Moradores e equipes de resgate usavam as próprias mãos para remover escombros de prédios destruídos. Sobreviventes, muitos em suas roupas de dormir, se abraçavam enquanto esperavam notícias de parentes ou amigos.
Foto: AP
Centenas de pessoas, algumas em choque e outras chorando, esperavam do lado de fora do principal hospital da cidade por atendimento, relatou a agência de notícias Ansa, acrescentando que as autoridades hospitalares planejam criar um hospital de Campanha. O hospital universitário da cidade foi declarado com capacidade esgotada, por temores de colapso.
Povoados inteiros ficaram destruídos quase totalmente, segundo relatam testemunhas do terremoto. "Há pânico. Há povoados destruídos quase em cheio. As mães, os filhos, as mulheres, saímos todos para fora de casa", afirma um dos sobreviventes em declarações no jornal Corriere della Sera em seu site. "Não sei quantas pessoas ficaram sob os escombros. Eu estava com minha mulher na cama no segundo andar. Na primeira estava minha mãe com meus filhos. Todos os tetos caíram. Não sei nem como conseguimos sair com vida", acrescentou.
Áquila é a capital da região de Abruzzo. A cidade situa-se em um vale cercado pelos Apeninos. O tremor atingiu com força 26 cidades desta região propensa a terremotos. Desde o início de abril até a catástrofe, nove abalos menores foram registrados no local.
Matéria atualizada às 16h06.
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