O jornal britânico The Guardian foi condenado pela Justiça iraquiana a pagar uma indenização de cerca de US$ 86 mil ao primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, por conta de um artigo afirmando que o chefe de governo estava aumentando o seu autoritarismo.
A acusação de difamação foi apresentada pelos serviços de inteligência do premiê por conta de um artigo escrito pelo jornalista iraquiano Ghaith Abdul-Ahad. O texto, que citava membros do serviço nacional de inteligência, afirmava que Maliki estaria governando cada vez mais por meio do autoritarismo.
Segundo o Guardian, a Justiça ignorou o testemunho de três testemunhas do jornalista, que afirmavam que o artigo não representava nenhum tipo de difamação ou insulto ao premiê. O jornal diz que vai recorrer da sentença. O ministro de Relações Exteriores britânico, David Miliband, afirmou que está muito preocupado com a decisão do tribunal. "A liberdade de expressão é vital em toda democracia".
A Corte iraquiana argumentou que a lei do país não permite que estrangeiros publiquem artigos criticando o primeiro-ministro ou o presidente do país e nem interfiram no governo. A Justiça ignorou o fato do autor do texto ser um iraquiano.