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Trump põe Rússia entre 'inimigos' dos EUA antes de cúpula com Putin

O presidente norte-americano já pisou em solo finlandês para encontro com Putin com polêmica relação de países na lista negra dos Estados Unidos

Atualização:

O presidente Donald Trump desembarcou neste domingo, 15, em Helsinque, e classificou a Rússia como um dos "inimigos" dos Estados Unidos, logo na véspera de uma cúpula histórica com o presidente russo, Vladimir Putin, na capital da Finlândia. Em uma entrevista no sábado à rede CBS, transmitida neste domingo, Trump considerou que Rússia, União Europeia (UE) e China eram, por diferentes razões, "inimigos".

O presidente Donald Trump e a primeira-damaMelania Trump em chegada ao aeroporto deVantaa, na Finlândia, para encontro com Putin Foto: REUTERS/Leonhard Foeger

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"Acredito que temos muitos inimigos. Acredito que a União Europeia seja um inimigo, pelo que nos fazem no comércio", disse Trump à emissora. "A Rússia é um inimigo em certos aspectos. A China é, economicamente, um inimigo. Mas isso não significa que sejam ruins. Não significa nada. Significa que são competitivos", disse ele na entrevista.

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Enquanto deixava a Escócia neste domingo para seguir para a Finlândia, Trump tuitou: "Espero me reunir com o presidente amanhã (segunda-feira)". E acrescentou: "infelizmente, sejam quais forem os resultados que obterei na cúpula (...) vão me criticar na volta, dizendo que não foi suficiente".

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Fricção

Trump e Putin, cujos gestos serão observados atentamente pelo mundo todo, vão se reunir na capital finlandesa, após um fim de semana "esportivo". O presidente americano relaxou jogando golfe, sua principal atividade física segundo ele próprio, em seu luxuoso complexo hoteleiro escocês, em Turnberry.

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Já seu colega russo assistiu, no domingo à noite (horário local), à final do Mundial de Futebol em Moscou, vencida pela França, por 4 a 2, sobre a Croácia. No evento, aproveitou para se reunir com os chefes de Estado de ambos os países: Emmanuel Macron (França) e Kolinda Grabar-Kitarovic (Croácia).

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Após as polêmicas visitas de Trump a Bruxelas e a Londres, marcadas por duros ataques contra seus aliados da Otan e contra a primeira-ministra britânica, Theresa May, ele se reunirá agora com o presidente de um país, com o qual os Estados Unidos mantêm vários pontos de atrito: anexação em março de 2014 da península ucraniana da Crimeia por parte de Moscou, apoio da Rússia ao governo sírio de Bashar al-Assad e novas tarifas americanas. 

Não há previsão de aparições públicas de Trump até amanhã, quando ele se dirige ao Palácio Presidencial para um café da manhã com o presidente finlandês Sauli Niinisto. Trump e Putin se encontram também amanhã no palácio. Os dois devem, primeiramente, se reunir sozinhos com seus intérpretes no palácio presidencial, somando-se, então, às suas respectivas delegações para um almoço de trabalho. O dia terminará com uma entrevista coletiva conjunta.

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Neste domingo, milhares de pessoas protestaram na capital finlandesa, convocadas pelo coletivo "Helsinki Calling for Human Rights", integrado por dezenas de ONGs e associações. "Respeito à Ucrânia" e "Que os direitos humanos sejam outra vez importantes" eram algumas das mensagens contidas nos cartazes levados pelos manifestantes, reunidos na praça do Senado, a dois passos do palácio presidencial que amanhã receberá Putin e Trump.

A Finlândia tem um histórico de sediar as cúpulas dos EUA e da antiga União Soviética por causa de sua localização geográfica e pela percepção de neutralidade. / AFP e AP

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