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Turquia ameaça com ofensiva terrestre no norte do Iraque

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A Turquia alertou na terça-feira que está preparando uma possível operação militar terrestre contra guerrilheiros curdos no norte do Iraque, mas que isso depende de negociações com o Iraque. As forças turcas disseram na semana passada que seus ataques aéreos e de artilharia mataram em agosto 145 a 160 militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) na região autônoma do Curdistão iraquiano. As operações aéreas prosseguem. "Como uma operação transfronteiriça está sendo realizada por ar, uma operação terrestre pode ser lançada a qualquer momento, dependendo das conversas com nosso vizinho", disse o ministro do Interior turco, Idris Naim Sahin, a jornalistas. Um diplomata turco de alto escalão esteve nesta semana com o Iraque para conversas com o governo local. Ancara quer mais cooperação contra o PKK por parte do Iraque, país que tem uma importante minoria curda concentrada no norte do país, e muito influente politicamente. A imprensa turca informou que o subsecretário da chancelaria, Feridun Sinirlioglu, se reuniu em Bagdá com o presidente do Iraque, Jalal Talabani, que é curdo, e também com autoridades regionais curdas em Arbil. As especulações sobre os preparativos para uma ofensiva terrestre se intensificaram na segunda-feira, quando o primeiro-ministro Tayyip Erdogan se reuniu com comandantes militares antes de embarcar para uma visita ao Egito. A Turquia já fez várias incursões ao norte do Iraque desde o início do conflito separatista com o PKK, na década de 1980. O PKK, antes separatista, diz agora lutar por maior autonomia e direitos para a minoria curda. A última incursão importante ocorreu no começo de 2008, quando Ancara enviou 10 mil tropas amparadas por sua aviação para o norte do Iraque. Há poucos dias, o Irã disse que suas tropas mataram ou feriram 30 membros do Partido da Vida Livre do Curdistão (PJAK), uma facção derivada do PKK. O PKK acusa Irã e Turquia de coordenarem ataques na região, e diz que irá unir forças ao PJAK por causa disso. Turquia, EUA e União Europeia consideram o PKK como um grupo terrorista. Mais de 40 mil pessoas já morreram desde que os militantes iniciaram a luta armada, em 1984.

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