Turquia argumenta contra sanções ao Irã

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Por SELCUK GOLOKUK
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O primeiro-ministro da Turquia, Tayyip Erdogan, disse nesta segunda-feira não ser favorável à imposição de sanções econômicas contra o Irã para pressionar o país a provar que não tem um programa de armas nucleares. Erdogan debateu diferentes abordagens ao visitar a chanceler alemã, Angela Merkel, para que a comunidade internacional contenha as ambições nucleares do Irã, mas deixou clara a relutância da Turquia em apoiar a adoção de sanções. "Somos da opinião de que as sanções não são um caminho saudável e a melhor via é a diplomacia", disse Erdogan numa entrevista coletiva conjunta ao lado de Merkel. A Turquia é um membro não permanente do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e Erdogan disse que o país ainda não chegou a uma conclusão firme sobre como votar a respeito de uma resolução por sanções, que tem apoio dos Estados Unidos. Merkel exortou o governo turno, aliado da Otan, a estar pronto para apoiar a imposição de sanções pela ONU, a menos que o Irã seja transparente em garantir à comunidade internacional que não planeja desenvolver armas nucleares. "Ficaríamos contentes se a Turquia votasse em abril sobre a questão iraniana junto com os Estados Unidos e a União Europeia", disse ela. Frustrada com a morosidade das negociações para que se torne membro da UE, a Turquia duvida da eficácia das sanções e o comércio local inevitavelmente será afetado caso as sanções sejam impostas ao país vizinho, também muçulmano. "A Turquia compartilha uma fronteira de 380 quilômetros com o Irã e ele é um parceiro importante, especialmente no setor de energia. Quando avaliamos nossas relações, não devemos ignorar isso", afirmou Erdogan. Ele também levantou dúvidas sobre os resultados de três rodadas anteriores de sanções mais brandas contra o Irã. Numa aparente referência velada a Israel, o líder turco referiu-se a outro país na região que possuía armas nucleares. Acredita-se que o Estado judaico tenha a bomba, mas o país não declara que tenha armas nucleares. "Somos contra as armas nucleares em nossa região. Mas há outro país na nossa região que tem armas nucleares? Sim há. E ele foi submetido a sanções? Não", afirmou Erdogan.

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