
15 de agosto de 2011 | 15h48
ANCARA - O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Ahmet Davutoglu, afirmou nesta segunda-feira, 15, que as operações militares da Síria contra civis precisam parar imediata e incondicionalmente. Davutoglu disse que essa é a "palavra final" do governo turco e reforçou o coro internacional contra o presidente sírio, Bashar Assad.
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Paralelamente, o primeiro-ministro da Jordânia, Marouf al-Bakhit, também pediu que a repressão síria contra o levante popular que já dura cinco meses termine imediatamente, acrescentando que a implementação acelerada de reformas traria estabilidade ao país.
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"Essa é nossa palavra final às autoridades sírias, nossa primeira expectativa é que essas operações parem imediatamente e incondicionalmente", disse o turco Davutoglu, na mais forte crítica do país contra um antigo aliado próximo e vizinho. "Se essas operações não acabarem, não haverá nada mais a dizer sobre os passos que serão tomados", disse o ministro em entrevista coletiva, sem dar mais detalhes. "Estivemos em contato, repetimos nossas exigências e enfatizamos nossas expectativas."
O ministro turco observou que as operações militares contra civis se intensificaram desde a noite de quinta-feira e, "no contexto dos direitos humanos, isso não pode ser visto como uma questão doméstica".
Davutoglu visitou Damasco na semana passada e chegou a se encontrar com Assad. O premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, que falou na semana passada com o presidente americano, Barack Obama, sobre a violência no país vizinho disse esperar que a Síria tome medidas rumo a uma reforma dentro de 10 a 15 dias.
Jordânia
Na Jordânia, o primeiro-ministro afirmou que "há a necessidade de parar com a violência imediatamente, começar a implementar reformas e recorrer ao diálogo". O comentário foi feito em conversa por telefone com o premiê sírio, Adel Safar, segundo a agência de notícias estatal Petra.
O governo da Jordânia não tem falado muito a respeito da Síria desde o início do levante popular no país e tem procurado evitar criticar demais o vizinho do norte, com o qual tem relações políticas e comerciais próximas, apesar de divergências nas negociações de paz entre árabes e israelenses. Mas o governo jordaniano está sob pressão para condenar a campanha militar violenta de Assad contra os protestos pró-democracia.
No domingo, o rei Abdullah respondeu à pressão de manifestantes pró-democracia na Jordânia dizendo que reformas propostas que transfeririam parte do poder ao Parlamento jordaniano, e aumentariam a liberdade civil, abrirão o caminho para um primeiro-ministro escolhido pela maioria parlamentar, e não pelo palácio.
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