
11 de outubro de 2009 | 11h46
O primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, disse neste domingo, 11, que a Armênia deve retirar-se de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão, para garantir a aprovação em seu parlamento do histórico acordo de paz assinado entre os dois países no sábado.
"A Turquia não pode dar um passo positivo a menos que a Armênia se retire das terras do Azerbaijão (...) se esse assunto for resolvido nosso povo e nosso parlamento terão uma atitude mais positiva em relação a este protocolo e este processo", afirmou Erdogan durante congresso de seu partido em Ancara.
Os dois países da região da Eurásia firmaram o acordo destinado a restaurar os laços diplomáticos e de abertura de fronteira no sábado, em Zurique. Desentendimentos de última hora atrasaram a assinatura do documento por mais de três horas, forçando a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, a fazer diálogos intensos para salvar o pacto.
Os parlamentos turco e armênio devem aprovar o acordo frente à oposição de grupos nacionalistas de ambos os lados e uma diáspora Armênia, que insiste que a Turquia deve reconhecer como genocídio as mortes de até 1,5 milhão de armênios durante a Primeira Guerra Mundial.
"Levaremos o protocolo ao parlamento, mas o plenários tem que ver as condições entre Azerbaijão e Armênia para decidir se o acordo pode ser implantando", disse o primeiro-ministro turco.
A fronteira entre os dois países foi fechada e os laços foram cortados em 1993, após a Turquia lançar apoio aos azerbaijanos de origem turca que, à época, lutavam numa batalha perdida contra armênios separatistas em Karabakh.
Em seus comentário, Erdogan tentou tranquilizar seu aliado Azerbaijão, que reagiu com irritação ante ao acordo, dizendo que a situação poderia ameaçar a segurança da região e "lançar uma sombra" sobre as relações com Ancara.
"A normalização das relações entre Turquia e Armênia antes da retirada das tropas armênias do território ocupado azerbaijano está em contrapartida direta com os interesses nacionais do Azerbaijão", afirmou o Ministério de Relações Exteriores daquele país.
Em uma declaração de forte retórica, o ministério acrescentou que o acordo "lança uma sombra sobre as relações fraternais entre Azerbaijão e Turquia, que estão construídas sobre raízes históricas".
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