06 de outubro de 2012 | 10h49
Este sábado foi o quarto dia de respostas turcas contra morteiros e bombardeios das forças sírias, que já mataram cinco civis turcos na quarta-feira.
Membro da Otan (Organização dos Tratado do Atlântico Norte), a Turquia já foi aliada do presidente sírio, Bashar al-Assad, mas se voltou contra o líder devido à violenta repressão a uma revolta que já matou mais de 30 mil pessoas, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas).
A Turquia tem quase 100 mil refugiados sírios em seu território e pediu a saída de Assad. As forças armadas turcas são muito maiores do que as da Síria.
Erdogan disse na sexta-feira que seu país não quer uma guerra, mas alertou a Síria para não cometer um "erro fatal" ao testar a Turquia. Damasco disse que atingiu o país acidentalmente.
O ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, adotou neste sábado um tom mais defensivo, dizendo que a autorização do Congresso para uma possível ação militar além da fronteira era um meio de intimidação.
"Com o mandado, não estamos indo para a guerra, estamos mostrando ao governo sírio nossa posição, dando o alerta necessário para impedir uma guerra", afirmou.
ATAQUES À TURQUIA
Dois disparos de morteiros feitos a partir da Síria atingiram uma localidade próxima ao vilarejo de Guvecci, em Yayladagi, no sábado. O governo disse que o ataque parecia ter sido direcionado a forças rebeldes na fronteira. Não houve feridos.
O primeiro disparo caiu 50 metros dentro da Turquia às 7 horas (horário local, 1h no horário de Brasília), e o posto fronteiriço de Guvecci retaliou com quatro rodadas de morteiros 81 mm. Outras duas rodadas foram disparadas após o segundo morteiro ter caído em território turco, às 5h30, no horário de Brasília.
Na sexta-feira, Erdogan já tinha alertado a Síria: "Não estamos interessados em guerra, mas não estamos longe da guerra também. Esta nação chegou aonde chegou por meio de guerras intercontinentais".
A artilharia turca bombardeou alvos militares sírios na quarta e quinta-feiras, matando vários soldados da Síria após o primeiro ataque fatal em seu país. O Conselho de Segurança da ONU condenou o ataque inicial sírio e exigiu que tais violações da lei internacional cessem imediatamente.
A Rússia, uma leal aliada da Síria, recebeu garantias de Damasco de que o ataque à Turquia foi um trágico acidente, mas Erdogan não aceitou o argumento, dizendo que os sírios atiraram repetidamente contra solo turco.
Os Estados unidos dizem que estão do lado de seu aliado da Otan e seu direito de se defender contra agressões sírias, enquanto a Rússia pediu calma para os turcos e que evitem ações que possam aumentar as tensões na região.
(Reportagem adicional de Shaimaa Fayed no Cairo)
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