Ucrânia luta contra incêndio que já matou 80 em mina

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Por YURI KULIKOV
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Equipes de resgate ucranianas enfrentam na segunda-feira muita fumaça e calor na difícil tarefa de localizar 20 mineiros desaparecidos numa mina de carvão depois de uma explosão de metano, que deixou pelo menos 80 outros mortos. Mais de 24 horas depois da explosão, parentes desesperados exigem informações sobre as vítimas. Como o número deve subir, esse deve ser o acidente mais grave desde a independência da Ucrânia, em 1991. Há 30 mineiros hospitalizados, um em estado grave, disse o vice-premiê Andriy Klyuyev a jornalistas. Os 80 mortos confirmados até agora igualam o número do pior acidente já ocorrido na mineração ucraniana após o fim da União Soviética --a explosão de uma mina de carvão em Luhansk (leste) em março de 2000. Klyuyev disse que as condições melhoraram no local da explosão, 1.250 metros abaixo do solo. A mina Zasyadko fica em Donetsk, no coração da área carvoeira de Donbass. "Há fumaça, mas a temperatura felizmente caiu para 51-52 graus Celsius", disse Klyuyev. "As equipes de resgate estão removendo as barreiras. As áreas de trabalho da mina estão sendo recuperadas", disse ele, acrescentando que restam apenas "incêndios isolados" no subsolo. O vice-premiê, que preside uma comissão de inquérito sobre o acidente, havia dito que as condições pioraram durante a noite, com forte expansão do fogo e aumento da temperatura. O presidente Viktor Yushchenko prometeu aos operários, em visita ao local, que a mineração de carvão continuará operando e que as autoridades vão investigar a tragédia para melhorar a segurança. "O que aconteceu aqui é culpa de todos os níveis de autoridade, de todo o país. É uma humilhação para todos. Vamos tirar lições disso", afirmou ele a mineiros de macacão, segurando lanternas, prontos para iniciarem seus turnos em outros poços. O presidente disse que a mina Zasyadko, uma das mais eficientes e rentáveis do país, havia melhorado o controle do gás metano, e que uma investigação vai determinar o que houve de errado. Cerca de 20 mineiros já identificados devem ser sepultados na terça-feira, dia de luto nacional. Sindicatos de mineiros dizem desde a explosão, no domingo, que há poucas chances de encontrar sobreviventes.

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