
14 de setembro de 2010 | 10h33
A comissária Viviane Reding afirmou que a França não foi sincera sobre suas negociações com as autoridades da UE sobre a retirada de milhares de ciganos do país e disse acreditar que deveriam ser iniciados processos contra o governo francês dentro de semanas.
"Minha paciência está se esgotando. Já é o bastante", disse Reding a jornalistas em uma coletiva de imprensa em Bruxelas, levantando a voz e batendo no pódio com frustração, enquanto falava.
"Nenhum Estado-membro pode esperar receber tratamento especial quando os valores fundamentais das leis europeias estão em jogo.
"Eu estou convencida, pessoalmente, de que a Comissão não terá escolha senão iniciar procedimentos sobre infrações contra a França", disse ela, dizendo que a Comissão Europeia, órgão executivo da UE, discutiria assim que possível como proceder nesse caso.
Em uma dura e incomum crítica contra um país membro da UE, Reding disse que o governo francês havia infringido as leis da União Europeia sobre o livre trânsito de pessoas ao enviar cerca de 8 mil imigrantes de volta à Romênia e à Bulgária neste ano. A medida teria sido parte de uma repressão contra o crime do presidente Nicolas Sarkozy.
Grupos de direitos humanos, alguns ministros do governo Sarkozy e a Igreja Católica condenaram amplamente as expulsões, dizendo serem parte dos esforços de Sarkozy para aumentar sua decrescente popularidade em um período de cortes orçamentários.
(Reportagem de Justyna Pawlak e David Brunnstrom)
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