UE condiciona laços com Israel à criação de Estado palestino

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A União Europeia alertou o futuro primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta sexta-feira de que as relações do bloco com o seu país sofrerão caso ele se oponha à criação de um Estado palestino. Netanyahu disse nesta semana que seu futuro governo de direita negociaria paz com os palestinos, mas não fez nenhuma referência aos planos já existentes, apoiados pelos Estados Unidos e a Europa. Questionado sobre como um fracasso nas negociações poderia afetar as relações UE-Israel, o ministro de Relações Exteriores da República Tcheca, Karel Schwarzenberg, cujo país ocupa a presidência rotativa da UE, disse: "Relações podem se tornar bem difíceis. Em um de nossos próximos encontros ministeriais teremos que discutir quais consequências a UE decidirá". Falando após conversas do bloco, Schwarzenber não deu detalhes, mas o chanceler de Luxemburgo, Jean Asselborn, disse que uma melhora nas relações políticas e comerciais entre a UE e Israel dependerá de um acordo de paz de Israel com os palestinos. "Devemos dizer aos israelenses que não é permitido abandonar o processo de paz... O processo de melhora (nas relações) tem sempre de ser visto da perspectiva de que o processo de paz seja completado", disse Asselborn a repórteres. A União Europeia decidiu adiar um aumento nas relações com Israel em janeiro, após a ofensiva na Faixa de Gaza, na qual 1.300 pessoas morreram de acordo com pesquisadores palestinos. A ofensiva foi em resposta aos ataques com foguetes disparados por militantes do Hamas contra alvos israelenses. Netanyahu planeja apresentar seu novo governo para aprovação do parlamento na semana que vem. Apesar de ter se esquivado em apoiar a criação de um Estado palestino independente na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, seu partido Likud acertou um acordo com o partido Trabalhista para uma coalizão, no qual deverá respeitar todos os acordos internacionais assinados previamente por Israel -- uma fórmula que inclui planos que prevêem um Estado palestino. "Nós, europeus, estamos insistindo que independente do que influenciar os dois governos (isralense e palestino), a criação de uma solução com dois Estados deve seguir prioritária", disse o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. (Reportagem de Ilona Wissenbach)

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