
12 de maio de 2014 | 20h26
O primeiro vice-chefe de gabinete de Putin, Vyacheslav Volodin, e o comandante das tropas aéreas russas, Vladimir Shamanov, que participou da ocupação da Crimeia em março, estão entre as 13 pessoas adicionadas à lista de sanções da União Europeia.
Volodin, rico ex-advogado e veterano estrategista político, já está na lista de sanções dos Estados Unidos. Com essa ampliação, foi a 61 o total de russos e ucranianos sancionados pela UE com o congelamento de bens e proibições de viagem.
Pela primeira vez, as sanções mais recentes da UE incluem duas empresas, depois que ministros da Relações Exteriores do bloco concordaram nesta segunda-feira em ampliar o alcance das sanções, tornando mais fácil congelar os ativos de empresas envolvidas na crise ucraniana.
As empresas incluem uma produtora de gás sediada na Crimeia, a Chernomorneftegaz, e uma fornecedora de petróleo da mesma região, a Feodosia. A UE declarou que ambas foram efetivamente confiscadas pelas novas autoridades na Crimeia após a anexação russa.
Os EUA já tinham imposto sanções à Chernomorneftegaz em 11 de abril, na prática colocando-a fora do alcance da Gazprom , gigante estatal russa do setor energético que pretendia obter uma participação na empresa.
À época, autoridades norte-americanas disseram que a manobra de Washington almejava tornar impossível para a Gazprom ter qualquer negócio com a Chernomorneftegaz.
No momento, as sanções europeias se limitam a empresas ou outras organizações ligadas à anexação russa da Crimeia, e a UE não pretende atingir empresas de grande porte como a Gazprom.
SANÇÕES CONTRA SEPARATISTAS
Também na nova lista europeia de pessoas sujeitas a congelamento de bens e proibições de viagem estão vários líderes separatistas pró-Rússia no leste ucraniano, como Vyacheslav Ponomaryov, o autoproclamado prefeito rebelde de Slaviansk, que declarou nesta segunda-feira que o leste precisa de mais tropas russas para ter estabilidade.
Outros incluídos são Roman Lyagin, chefe da comissão eleitoral de Donetsk, e Alexander Malykhin, líder de um comitê eleitoral local de Luhansk. Ambos se envolveram na organização dos referendos separatistas de domingo em suas áreas, que a UE declarou ilegais.
A Rússia criticou a União Europeia por ampliar as sanções em decorrência da crise na Ucrânia e exortou o bloco a respeitar as votações das duas províncias do leste ucraniano.
Mesmo depois das suas novas medidas, as sanções da UE são menos abrangentes que as norte-americanas devido às preocupações de alguns países membros com os laços comerciais e industriais e a grande dependência da energia proveniente da Rússia.
Destacando tais temores, fontes diplomáticas disseram que a França planeja levar adiante o contrato de venda de navios porta-helicópteros Mistral para a Rússia, já que seu cancelamento faria mais mal à França do que aos russos.
(Reportagem adicional de Tom Koerkemeier e Alexander Winning)
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