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Universidade de Sorbonne fecha após protesto estudantil

Administração diz que não pode garantir segurança após violência de manifestantes contra alunos

Por Agências internacionais
Atualização:

A Universidade de Sorbonne fechou as portas nesta sexta-feira, 23, depois dos protestos estudantis contra a reforma universitária francesa proposta pelo presidente Nicolas Sarkozy.   Os manifestantes bloquearam a entrada da instituição nos últimos dias. Nesta manhã, eles "agiram com violência contra os alunos que tentavam entrar na Universidade para as aulas", declarou a administração em comunicado. A nota afirmou ainda que "a segurança das pessoas não está garantida" e que, por isso, o local permaneceria fechado até segunda-feira. Ainda não há mais detalhes sobre os protestos desta sexta.   Uma lei aprovada em julho dá às universidades maior grau de autonomia universitária, mas também permite um maior financiamento privado. As entidades estudantis dizem que isso permitiria que as grandes corporações ditassem os rumos dos cursos e financiassem apenas algumas poucas instituições de elite.   Sarkozy diz que a reforma universitária é essencial para acabar com anos de negligência no ensino superior. As universidades francesas decaíram nos rankings internacionais nos últimos anos. Muitas estão superlotadas, sem verbas, com instalações ultrapassadas e perdendo seus melhores quadros para empregos mais bem pagos no exterior.   Paralisações no transporte   As manifestações estudantis coincidem com uma greve de transportes, que após nove dias, a situação do tráfego ferroviário e metroviário começou finalmente a registrar progressivamente melhorias nesta sexta-feira. A paralisação está chegando ao fim, informam as estatais do setor público.   Em boa parte das assembléias realizadas pelos sindicalistas nos últimos dois dias, os trabalhadores votaram pela retomada das atividades, para alívio dos usuários, que pela primeira vez em dez dias tiveram menos dificuldades para chegar ao trabalho na manhã desta sexta-feira.   Vários sindicatos decidiram suspender a greve após a primeira rodada de negociações tripartites com a direção das estatais e o governo, previstas para durar cerca de um mês. Os sindicalistas afirmam, no entanto, que continuarão mobilizados durante esse período e não descartam novas paralisações caso haja algum bloqueio nas negociações, iniciadas na quarta-feira.   O governo francês insiste que não negociará o ponto-chave da reforma, que prevê o aumento do tempo de contribuição dos ferroviários, metroviários e motoristas de ônibus dos atuais 37,5 anos para 40 anos de trabalho. Mas já aceita discutir compensações financeiras, que permitiriam, por exemplo, aposentadorias com valores mais elevados no final da carreira.   O presidente Nicolas Sarkozy também deverá anunciar nos próximos dias medidas com o objetivo de aumentar o poder aquisitivo dos franceses.

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