
23 de setembro de 2010 | 10h07
PULLELLA - O Vaticano anunciou nesta quinta-feira, 23, que um "mal-entendido" entre bancos foi a causa da investigação do Banco do Vaticano pelas autoridades italianas. A suspeita é de lavagem de dinheiro.
O Vaticano também disse que seu banco, conhecido como o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), estava comprometido com a "transparência total" e está trabalhando para assegurar a inclusão na "Lista Branca" dos estados que estão de acordo com os padrões internacionais para bancos.
O Vaticano resumiu sua defesa em uma carta enviada ao diário Financial Times e distribuída por sua assessoria de imprensa a jornalistas em Roma, visando defender a imagem da Santa Sé e de seu banco.
"O atual problema foi causado por um mal-entendido -- que está sendo examinado -- entre o IOR e o banco que recebeu o pedido de transferência", disse na carta o porta-voz e padre Federico Lombardi.
Na terça-feira, magistrados de Roma colocaram as duas principais autoridades do IOR, o presidente Ettore Gotti Tedeschi e o diretor-geral Paolo Cipriani, sob investigação e congelaram 23 milhões de euros (US$ 30,21 milhões) de seus fundos na Itália.
Duas transferências recentes da conta do IOR em um banco italiano foram consideradas suspeitas pela polícia financeira e então bloqueadas. Uma transferência era de 20 milhões de euros para uma sucursal alemã de um banco norte-americano, e outra, de 3 milhões de euros a um banco italiano.
A carta de Lombardi deixou clara a profunda irritação do Vaticano com o fato de os juízes terem tornado pública a investigação. "A natureza e os objetivos das transações estão sob investigação e poderiam ser esclarecidas com grande simplicidade", disse ele.
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