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Vaticano diz que investigação em seu banco é 'mal entendido'

Polícia congelou 23 milhões de euros da entidade por desconhecer procedência do valor

Por AP
Atualização:

CIDADE DO VATICANO- O Vaticano afirmou nesta quarta-feira, 23, que o congelamento de 23 milhões de euros de uma conta da Santa Sé e a investigação de dois altos funcionários de seu banco é um mal entendido que deveria ser esclarecido imediatamente.

 

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Em um artigo de primeira página de sua edição de hoje, o jornal do Vaticano L'Osservatore Romano forneceu detalhes das investigações, que, segundo o periódico, foram iniciadas quando o Banco da Itália alertou as autoridades sobre uma possível violação das normas contra lavagem de dinheiro.

 

A polícia financeira congelou o dinheiro na quarta como precaução, e a Procuradoria de Roma está investigando o presidente do banco, Ettore Gotti Tedeschi, e o diretor geral, Paolo Cipriani, por supostos erros ligados às infrações das normas.

 

O diário destacou que desde o começo do ano, o Banco do Vaticano - conhecido oficialmente como Instituto para Obras de Religião, IOR - estava trabalhando com o Banco da Itália para cumprir as novas regras italianas contra a lavagem de dinheiro.

 

O banco também forneceu documentos na tentativa de ser integrado na "lista branca" da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de bancos que cooperam com as normas internacionais de lavagem de dinheiro e terrorismo.

 

"É fácil advertir que a natureza e a magnitude das operações sob investigação poderiam ser esclarecidas rápida e facilmente", disse o órgão da Santa Sé. "O inconveniente foi causado por um mal entendido, que está sendo esclarecido, entre o IOR e o banco que recebeu a ordem de transferência".

 

Há mais de um ano circularam informações na imprensa italiana de que investigadores analisavam transações envolvendo milhões de euros do Banco do Vaticano para determinar se violavam as regras contra lavagem de dinheiro.

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No caso de terça, a polícia congelou os 23 milhões de euros que estavam destinados a JP Morgan em Frankfurt e outras três entidades porque o Vaticano não havia informado a procedência do dinheiro às autoridades financeiras.

 

O presidente do banco não está sendo investigado por lavagem de dinheiro, mas sim por uma série de supostas omissões no processo das transações.

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