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Veja linha do tempo do caso de incesto na Áustria

Josef Fritzl prendeu e estruprou a filha em um porão por 24 anos, com quem teve sete filhos; um deles morreu

Por Agências internacionais
Atualização:

Nos 24 anos que manteve sua filha Elisabeth presa em um porão, estuprando-a rotineiramente (calcula-se mais de 3 mil vezes), Josef Fritzl teve sete filhos com a vítima. Exames de DNA confirmaram que as seis crianças que sobreviveram ao cárcere são do austríaco - um dos filhos, gêmeo nascido em 1996, não resistiu e morreu alguns dias após o parto. Fritzl teria incinerado o corpo do bebê em um forno. Dos seis filhos, porém, apenas três continuaram presos com a mãe. Os outros foram levados para ser criados com "os avós", por causa do barulho que faziam.

 

Veja tambérm:

mais imagens Imagens do local em que Fritzl prendeu a filha

video Vídeo: Veja imagens do julgamento

 

Fritzl disse à sua mulher que Elisabeth havia entrado em uma seita e entregado seus filhos a ela. As outras três crianças não tinham visto a luz do dia até o caso vir a público. Fritzl foi desmascarado ao levar uma delas a um hospital, o que levantou suspeitas dos médicos. Veja a linha do tempo do caso de incesto:

 

 

1977

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Josef Fritzl comete o primeiro abuso sexual contra sua filha Elisabeth, que tinha 11 anos

 

1982

Elisabeth foge de casa

 

28 de agosto de 1984

Fritzl atrai Elisabeth para o porão de sua casa, drogando-a e algemando-a antes de trancá-la no local pelos próximos 24 anos

 

29 de agosto de 1984

Pais denunciam o desaparecimento de Elisabeth. Um mês depois, eles recebem uma carta escrita pela jovem, aparentemente escrita por ela, afirmando que eles não deveriam procurá-la. A filha afirmou para a polícia que Rosemarie, a mãe, não sabia da verdade

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1988-90 (aproximadamente)

Nasce Kerstin, a primeira dos sete filhos que Fritzl teve com Elisabeth, e cresce dentro do porão. Outro filho, Stefan, também nasce pouco tempo depois e cresce no local.

 

19 de maio de 1993

Um bebê de nove meses, Lisa, é "descoberto" no quintal da casa da família em Amstetten, com uma carta aparentemente escrita por Elisabeth afirmando que não poderia cuidar da criança. Lisa é adotada pelos Fritzl.

 

15 de dezembro de 1994

Um segundo bebê, Monika, aparece nas mesmas circunstâncias. Assim como Lisa, a criança é adotada pelo casal.

 

1996

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Elisabeth dá a luz a gêmeos, mas um deles morre horas após o parto por problemas respiratórios. O corpo do bebê é incinerado por Fritzl.

 

1997

Um terceiro bebê, o gêmeo sobrevivente, Alexander, aparece na casa com cerca de 15 meses. Ele é adotado e passa a viver com os outros dois irmãos.

 

1998

Segundo informações da imprensa, neste ano Fritzl foi para a Tailândia passar férias, uma de suas muitas viagens. Oficiais afirmam que a família escondida no porão pode ter ficado sem alimento durante sua ausência.

 

2003

Chega uma nova carta de Elisabeth, afirmando que ela teve outro filho, Felix, em dezembro de 2002. A criança cresceu no porão com os irmãos mais velhos Kerstin e Stefan.

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2008

19 de abril

Kerstin, a filha de 19 anos de Elisabeth, fica gravemente doente. Fritzl leva a jovem ao hospital e afirma que Elisabeth deixou a menina doente em casa com ele. Quando Kerstin entra em coma, os médicos chamam a polícia, que emite um apelo para que Elisabeth Fritzl entrasse em contato.

 

19 a 26 de abril

Nesta semana, segundo informações da polícia, Fritzl solta Elisabeth e os dois filhos do porão, afirmando para a mulher que a filha escolheu voltar para casa.

 

26 de abril

Depois de receber uma ligação anônima, a polícia prende Fritzl, que está com Elisabeth nos arredores do hospital em que Kerstin está hospitalizada. Os filhos de Elisabeth são encontrados em casa. Durante o interrogatório, Elisabeth, agora com 42 anos, revela as décadas de aprisionamento e abuso sexual

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27 de abril

A polícia anuncia a prisão de Fritzl por suspeita de incesto e sequestro. Todas as crianças são levadas para uma clínica, onde recebem tratamento médico e psicológico. Fritz dá aos policiais o código secreto do porão. Todos os filhos de Elisabeth se encontram no hospital em que Kerstin está.

 

28 de abril

Fritzl confessa ter aprisionado a filha no porão por 24 anos e confirma aos investigadores que uma das crianças morreu ao nascer e que o corpo foi jogado no incinerador

 

29 de abril

A polícia confirma que os testes de DNA confirmam que Fritzl é o pai dos filhos de Elisabeth

 

30 de abril

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A polícia afirma que Josef Fritzl se recusa a responder perguntas logo depois de sua confissão assinada.

Elisabeth e seus filhos estão juntos em uma ala isolada de uma clínica médica, sendo supervisionados por uma equipe multidisciplinar durante 24 horas.

 

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Os que foram mantidos presos precisam se acostumar com espaço, luz e, principalmente, alimentação diferente, segundo as autoridades. Uma festa de aniversário improvisada é feita para uma das crianças, de 12 anos.

 

O chanceler da Áustria, Alfred Gusenbauer, promete proteger a imagem do país com uma campanha em países estrangeiros. "Não vamos permitir que o país inteiro seja mantido refém por um único homem", afirmou o chanceler.

 

Junho

Kerstin sai dos aparelhos de respiração artificial e se une aos irmãos e a mãe. Eles mudam para um local secreto, com novas identidades. Os promotores dizem que Fritzl é mentalmente qualificado para ser julgado. Autoridades alegam que a avaliação psiquiátrica do aposentado de 73 anos aponta que ele é lúcido o suficiente para enfrentar o julgamento, ainda que sofra de uma "profunda desordem de personalidade"

 

15 de outubro

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Promotores declaram que Josef Fritzl tem condições mentais de ser julgado. As autoridades afirmam que uma avaliação psiquiátrica pedida pela Justiça mostrou que Fritzl, de 73 anos, mostrou a lucidez necessária para ser julgado, mesmo sofrendo de um "profundo distúrbio de personalidade".

 

13 de novembro

Josef Fritzl é acusado formalmente de assassinato de um dos sete filhos que teve com Elisabeth. A criança teria morrido no porão logo depois do nascimento. Promotores alegam que o menino foi assassinado por negligência, pois Fritzl não procurou ajuda de médicos que poderiam ter salvado a vida da criança.

 

2009

22 de janeiro

A Justiça define que Fritzl será julgado em 16 de março.

 

16 de março

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O réu, de 73 anos, é acusado de assassinato, coerção, prática de escravidão, incesto, estupro e cárcere privado. No início do julgamento, o réu havia se declarado inocente das acusações de assassinato e prática de escravidão, e apenas "parcialmente" culpado da acusação de estupro.

 

18 de março

O austríaco se declarou culpado de todas as acusações no terceiro dia de seu julgamento em Sankt Pölten, na Áustria. Fritzl disse que o depoimento de sua filha, exibido no tribunal na terça-feira, fez com que ele mudasse de ideia.

 

19 de março

Fritzl foi culpado por unanimidade por todos os crimes de que era acusado, incluindo estupro, incesto, assassinato por negligência e prática de escravidão.  Ele é condenado à prisão perpétua, que será cumprida em um hospital psiquiátrico. O réu não demonstrou nenhuma emoção durante a leitura do veredicto, afirmou que aceitava a sentença e não entrará com recurso. Antes, Fritzl afirmou que lamentava o ocorrido "do fundo do coração". "Não posso fazer mais nada a respeito (...). Lamento isso do fundo do meu coração o que fiz a minha família. Infelizmente, não posso desfazer o que fiz. Posso apenas tentar limitar o dano da melhor forma que puder",

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