Visita de Berlusconi à Líbia abre nova polêmica na Itália

A visita se celebra no marco de uma grande festa por ocasião do 40º aniversário da 'Revolução Líbia'

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Por Efe
Atualização:

A visita do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, no próximo domingo a Trípoli iniciou nova polêmica na política da Itália que estampa nesta sexta-feira, 28, as capas dos jornais italianos.

 

A visita se celebra no marco de uma grande festa por ocasião do 40º aniversário da "Revolução Líbia" de 1969 marcada pela subida de Muammar Kadafi ao poder.

 

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Os presidentes da França, Nicolas Sarkozy, da Rússia, Dimitri Medvedev, e seu primeiro-ministro, Vladimir Putin, cancelaram a visita por "motivos de agenda".

 

Não se exclui a presença do terrorista Abdelbaset Ali al-Megrahi, culpado pelo atentado de 1988 na Escócia, quando um avião da companhia americana Pan Am, com rota Londres-Nova York, explodiu em pleno voo sobre a localidade de Lockerbie com a morte de 270 pessoas.

 

No entanto, Berlusconi só participará no domingo no chamado "Dia Italiano" e porá a primeira pedra de uma estrada financiada por Roma como indenização da Itália pelos danos infringidos à Líbia, quando em 1912 o país se tornou colônia italiana e em 1939 em território nacional do estado italiano.

 

Os protestos na Itália surgiram em seguida. O democrata cristão Maurizio Ronconi qualificou de "inaceitável e vergonhosa esta participação. É preciso perguntar-se que fazemos com um ditador como Kadafi", em declarações a La Stampa.

 

O secretário-geral dos democratas-cristãos, Lorenzo Cessa, acrescentou que "Berlusconi será o único líder ocidental presente em Trípoli".

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Por outro lado, para o presidente da Comissão de Assuntos Exteriores do Senado, líder dos liberal-democratas, Lamberto Dini, Kadafi é "um parceiro estratégico e as relações entre dois países não se julgam por um só episódio, mas sobre um longo período", segundo disse ao Corriere della Sera.

 

Além disso - lembrou - os resultados das novas relações entre os dois países são importantes pelo bloqueio das embarcações clandestinas que partiam das costa líbias e pelas numerosas exportações italianas à Líbia.

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