O número de mortos no terremoto que castigou na última segunda-feira o centro da Itália já chega a 250, segundo os últimos dados divulgados pela Defesa Civil, enquanto na madrugada passada dois novos tremores foram registrados. O funeral oficial das vítimas deve acontecer nesta sexta-feira, como noticia nesta quarta-feira, 8, a imprensa local.
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O terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter atingiu L'Aquila e várias cidades da região central da Itália na madrugada de segunda-feira (domingo à noite no Brasil), derrubando edifícios e reduzindo quarteirões inteiros a uma pilha de escombros e pó. Fortes réplicas - tremores de menor intensidade que sucedem ao mais intenso - têm causado mais medo aos moradores, enquanto as equipes de resgates tentam resgatar as vítimas soterradas.
Trata-se de réplicas do terremoto que na segunda-feira devastou a região e que chegaram a 3,5 e 3,7 graus de magnitude na escala Richter. O primeiro tremor aconteceu às 5h (meia-noite, Brasília), enquanto o segundo ocorreu às 6h27 (1h27). Desde a segunda-feira, especialistas registraram 430 tremores nessa região da Itália.
O ministro de Relações com o Parlamento, Elio Vito, informou no Senado sobre o número de mortos, estimado em 250, dos quais 11 ainda precisam ser identificados. Segundo ele, 11 pessoas estão desaparecidas e outras 1.179, feridas. Vito assegurou que o Conselho de Ministros declarará em breve um dia de luto nacional pelas vítimas da catástrofe e, embora não tenha antecipado, deve coincidir com o dia do funeral, previsto para a Sexta-Feira Santa.
O papa Bento XVI anunciou nesta quarta que visitará a região italiana de Abruzzo, abalada por um forte terremoto no final da noite do último domingo, "o mais rápido possível", segundo o texto que pronunciou durante a tradicional audiência das quartas-feiras. O pontífice acrescentou que "a solicitude com que as autoridades locais e as forças da ordem estão socorrendo estes irmãos demonstra quão importante é a solidariedade para superar algo tão doloroso". "Mais uma vez desejo dizer, queridos filhos, que o papa compartilha de suas preocupações".
Enquanto as equipes de resgate continuam as buscas por sobreviventes nos escombros, os desabrigados enfrentaram a segunda noite de baixas temperaturas. A boa notícia é que o número oficial de desabrigados é de apenas 25 mil. Na segunda-feira, estimativas mais otimistas indicavam que pelo menos 50 mil pessoas haviam perdido suas casas. Os desabrigados dividiram-se entre os que optaram por deixar a região e abrigar-se em casas de parentes e amigos em outras cidades; em um dos 4 mil quartos locados pelo governo em hotéis da Costa Adriática da Itália; ou nos dez campos de refugiados instalados pela defesa civil em estádios e ginásios.
Dez mil casas ou prédios foram destruídos ou afetados - entre eles um castelo do século 15 e patrimônios históricos como a Igreja Santa Maria Paganica. As primeiras estimativas do Ministério do Interior indicam um prejuízo de 1,3 bilhão de euros.
(Com Andrei Netto, de O Estado de S. Paulo)