
08 de fevereiro de 2010 | 19h14
A vitória de Viktor Yanukovich nas eleições presidenciais da Ucrânia deve aproximara ex-república soviética da órbita da Rússia, em um momento que Kiev buscava a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O líder da oposição mantinha uma vantagem de 2,57 pontos percentuais sobre a primeira-ministra, Yulia Timoshenko, quando faltava apurar 2,44% das cédulas e é o virtual vencedor da eleição.
Ele tem a preferência de 48,49% do eleitorado, enquanto sua rival atinge a marca de 45,92%, de acordo com os dados da CEC, que tem dez dias de prazo para anunciar os resultados definitivos do pleito. Observadores ocidentais declararam a eleição limpa e pediram que Yulia Timoshenko aceite a derrota.
Propostas
Entre suas propostas, estão a reversão de um acordo que obriga a Ucrânia a pagar o mesmo preço de outros países europeus pelo gás russo.
Além disso, Yanukovich terá pela frente uma economia debilitada. Com a crise financeira de 2008, a Ucrânia assumiu um empréstimo de US$ 16,4 bi com o Fundo Monetário Internacional.
Sobre uma futura entrada na União Europeia, Yanukovich disse que aceitaria um tratado de livre comercia e de isenção de vistos com o bloco, mas acredita que a Ucrânia não está pronta para se juntar à UE e não trabalhará ativamente neste sentido.
O presidente eleito também já afirmou que não pretende buscar a entrada da Ucrânia na Otan, algo que é duramente criticado pela Rússia.
Carreira
Nascido em 1950 em uma família pobre, na cidade de Donbass, ao leste da Ucrânia. Perdeu os pais cedo e aos 20 anos já tinha duas condenações, por roubo e agressões.
Começou a trabalhar com operário e progrediu na profissão chegando a ocupar o cargo de diretor-geral de uma empresa de transporte. No final dos anos 90, tornou-se governador da região industrial de Donetsk.
Em novembro de 2002, Yanukovich assumiu o governo ucraniano pela primeira, por indicação do então presidente, Leonid Kuchma.
Conhecido por seu estilo paternalista e autoritário, Yanukovich foi derrotado na disputa eleitoral de 2004, após o segundo turno ter sido anulado por denúncias de fraude.
Na ocasião, cerca de 300 mil pessoas foram às ruas vestidos com lenços laranjas, a cor de Viktor Yuschenko, candidato pró-Ocidente que ficou com marcas no rosto após um envenenamento durante a campanha. Yuschenko venceu a reedição da votação.
Em 2006 reassumiu o cargo de primeiro-ministro, aproveitando a incapacidade de união de seus inimigos, aliados pró-ocidentais da Revolução Laranja.
Com informações da Reuters
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