Yanukovich toma posse como presidente da Ucrânia

PUBLICIDADE

Por NATALYA ZINETS E RICHARD BALMFORTH
Atualização:

Viktor Yanukovich tomou posse nesta quinta-feira como presidente da Ucrânia e imediatamente prometeu combater a corrupção e a pobreza e restaurar a estabilidade política para atrair apoio externo à recuperação econômica. Yanukovich prestou juramento em uma discreta cerimônia que refletiu uma eleição muito equilibrada, e ainda contestada por sua rival Yulia Tymoshenko. Ao mesmo tempo, a posse dele marca a superação da humilhação de 2004, quando enormes manifestações, apelidadas de "Revolução Laranja", reverteram o resultado de uma eleição supostamente fraudada a favor dele. Falando a autoridades, parlamentares e dignitários estrangeiros, após aceitar os tradicionais adornos do cargo, Yanukovich, de 59 anos, disse que seu país enfrenta "dívidas colossais", pobreza, corrupção e colapso econômico. "A Ucrânia precisa de uma estratégia de movimento inovador para frente, e tal estratégia foi preparada pela nossa equipe", afirmou. Abordando a escassez de investimentos estrangeiros nesta ex-república soviética de 46 milhões de habitantes, e seu clima empresarial notoriamente imprevisível, ele afirmou que buscará restaurar a estabilidade política, acabar com a corrupção e estabelecer regras para as relações entre Estado e empresas. Essas, segundo ele, serão "condições necessárias para que os investidores e instituições financeiras internacionais ganhem confiança na Ucrânia." A economia do país foi muito afetada pela crise global, que prejudicou exportações vitais de aço e produtos químicos e derrubou pela metade a cotação da hryvnia (moeda local) frente ao dólar nos últimos 18 meses. O país espera de um resgate de 16,4 bilhões de dólares do FMI, mas o crédito foi suspenso no final de 2009 e só deve ser retomado quando a estabilidade voltar. O ministério das Finanças disse na quinta-feira que uma missão técnica do FMI deve visitar a Ucrânia em 7 de abril. Isso costuma levar a uma visita de caráter mais pleno de funcionários do fundo, que posteriormente podem se decidir pela retomada do programa. (Reportagem adicional de Sabina Zawadzki, Yuri Kulikov e Pavel Polityuk)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.