O chefe do governo espanhol e presidente rotativo da União Europeia (UE), José Luis Rodríguez Zapatero, propôs nesta quarta-feira, 20, "um grande pacto social" e uma "governança séria e exigente" das políticas econômicas para que a UE seja "protagonista" e não "espectadora" da globalização.
Zapatero compareceu perante o plenário do Parlamento Europeu para apresentar o programa elaborado pela Espanha para o semestre. Em discurso eminentemente econômico, comprometeu-se a impulsionar um mercado energético comum, um mercado digital europeu, uma estratégia comum em favor do carro elétrico e uma universidade "cada vez mais europeia".
Junto a essas quatro propostas para uma economia sustentável e competitiva, o primeiro-ministro espanhol defendeu "a manutenção dos estímulos fiscais até que a recuperação seja uma realidade" e a garantia de que em 2013 se cumpram os compromissos do Pacto de Estabilidade.
"Se não aproveitarmos a sinergia que representam os 500 milhões de cidadãos no campo econômico, as dezenas de milhares de empresas com capacidade e seus milhões de funcionários, não seremos os autênticos protagonistas do futuro neste cenário de globalização. Seremos espectadores, não protagonistas", manifestou.
Assim, Zapatero defendeu uma "maior política econômica comum" e a "retirada de barreiras", objetivos da Estratégia 2020 que deve ser elaborada neste semestre para substituir a Estratégia de Lisboa e que conterá os compromissos econômicos da UE para os próximos anos.
O primeiro-ministro ressaltou a importância da responsabilidade de cada Estado, mas defendeu também dotar a Comissão Europeia de novos poderes nessa direção econômica.
Nessa estratégia, Zapatero incluiu a necessidade de "um grande pacto social" entre empresários e funcionários que tradicionalmente fortaleceu a Europa em períodos de fraqueza. Em sua opinião, perante a grave crise que enfrenta a União, o pacto social pode ser uma "grande alavanca" para cumprir os objetivos do bloco.
América Latina
Zapatero também disse querer avançar nas negociações dos acordos comerciais entre União Europeia e América Latina enquanto ocupar a presidência do bloco europeu. O espanhol mencionou o Mercosul, a Comunidade Andina (CAN) e a América Central como
parceiros.
"A América Latina é um continente jovem, com uma grande vitalidade e futuro. A região tem grande marca europeia e compartilha valores de democracia e progresso com a UE", afirmou, ressaltando que esses acordos devem significar tanto "um progresso para a América Latina como para os interesses europeus".